quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço


Quando há pouco tempo François Hollande fez aprovar a lei que vai criminalizar os clientes de prostituição com multas de milhares de euros, roçando o proxenetismo,  fiquei incrédulo como foi possível que um país liberal como França, se tenha deixado levar neste puritanismo caduco e também destinado a desviar as atenções da calamitosa realidade económica devido às suas políticas. Não querendo imiscuir-me na vida privada de ninguém, mesmo tratando-se duma figura pública, não esqueço que esta personagem, quando era oposição, o que dizia sobre a vida privada de Nicolas Sarkozy. Embora pareça mal comparado, para ele, que se pode dar ao luxo de ter as amantes que quiser, penaliza quem recorre à prostituição, seja sem capacete ou como ele, tanto na ida como na vinda, com capacete. Nesta altura, perguntar-me-ão: que temos nós a ver com Hollande? É que não consigo esquecer-me, e temo por isso mesmo, quando em 2012 o putativo (nada tem a ver com o tema) candidato a chefe de governo, António José Seguro voou para Paris tendo sido recebido no Eliseu onde apenas são recebidos Chefes de Governo ou Presidentes, pelo seu compagnon de route e regressou eufórico com a promessa que tudo isto iria mudar, a Merkel que se cuidasse e que a Europa iria regressar aos bons velhos tempos das vacas gordas, enfim, ao mar de rosas que nos afundou como todos se lembram. Como podemos constactar, a realidade é muito diferente, infelizmente para pior segundo rezam as sondagens e as crónicas que todos os dias nos chegam nos noticiários daquelas paragens, e o motivo da minha preocupação é apenas e só, alertar para o que nos espera. E não me acusem de pessimista pois o próprio José Seguro nunca mais se referiu ao oásis que sonhou. Au revoir. Jorge Morais

Publicado no Jornal i em 23.01.2014


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