terça-feira, 28 de janeiro de 2014

em O LIVRO EM BRANCO (páginas 39 e 40)

na soleira do tempo
 
Do início não me lembro
Do tempo que percorri,
Eu agora só vislumbro
O tempo que não vivi.

 Longamente calcorreei
Um tempo nulo – vazio,
Que olhei e remirei
Sem calor, cheio de frio.

 Olhando o ido passado
Na soleira do tempo fico
Vendo um futuro cansado.

 O tempo não volta mais,
Perdi-o, fiquei sem ele
Em alcançá-lo jamais.

 veredas 

veredas e mais veredas.
veredas de precipício
nas vidas de muita gente.

 veredas em jardins reais
em fausto d’encantamento;
veredas cheias d’escolhos
em ondas cheias de lágrimas.

 veredas de ouro e luz
em mundos d’abastança;
veredas que só conduzem
ao mísero fim dum viver.

 veredas que nos embalam
em lufadas de prazer;
outras veredas só são
um cortar do coração.

 nota: poemas elaborados antes de 1988

 José Amaral

 

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