quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O DISCURSO DE SUA EXCELÊNCIA!

Num estudo, que fiz sobre associativismo, após a implementação da República, que tentou seguir as pisadas da Revolução Francesa, era notório o corte com os tratamentos fidalgos dados à nobreza, passando os cidadãos, integrantes na administração da República a serem tratados por simples cidadãos, não por excelências, eminentíssimos, meritíssimos, etc, mas sim por cidadão presidente, cidadão juiz, cidadão ministro e afins. Todavia, esta mudança de tratamento foi sol de pouca dura, pois com a emergência do salazarismo voltou-se ao tratamento do senhor doutor e de sua excelência para aqui e senhor doutor ou engenheiro para acolá, o que revela a tendência servil do povo português perante em que se arvore com um título académico, pressuposto de garantia de superioridade intelectual ou moral, o que não é verdade. Ontem, lembrei-me deste aspeto de tratamento social nacional, perante o discurso do cidadão Cavaco Silva, presidente da República Portuguesa, que foi introduzido na televisão com o clássico “Discurso de Sua Excelência o Presidente da República” Que excelência, pergunto eu? Tantas excelências, tantos doutores e engenheiros que temos e o país nesta miséria! Com a pobreza a pagar a excelências! Que diferença, nesta república, em que em teoria somos todos iguais, todos cidadãos, comparada com a igualdade de tratamento nas monarquias, principalmente as nórdicas, onde se verifica ausência de grandes mordomias de quem governa, consentâneas com povos que não vão em excelências para viverem na miséria! Para quando o povo português deixa de engraxar, e ainda pagando a graxa, quem nem para sapatos dá e fica contente, com os pés descalços, a ouvir o Discurso de Sua Excelência!? Que excelência? ………………………………………xxxxxxxxxxxxxxxxx……………………… Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo (Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)

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