quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ao MÁRIO COLUNA


Corria serenamente a década dos anos 50 do século passado.

E eu, nascido na década anterior, já estava sozinho a viver na segunda maior cidade, o Porto, trabalhando de dia e estudando à noite.

Lia, sempre que podia, os jornais diários da cidade – o Jornal de Notícias e o Comércio do Porto.

Frequentei o Clube Fenianos do Porto e o Ateneu Comercial do Porto. E ia à Feira Popular que tinha lugar nos aprazíveis jardins do Palácio de Cristal.

Também assisti ao nascimento da Televisão em Portugal.

A RTP, no Monte da Virgem, era algo de muito imponente para a época. E tinha também escritórios da Rua dos Clérigos.

Poucos cidadãos tinham televisão nessa época. A grande maioria dos citadinos, em família, aos Sábados, ia em romaria ao Café mais próximo da residência, para passar o serão vendo televisão.

Então os jogos de futebol via eurovisão, ainda tudo a preto e branco, eram vistos nos cafés pejados de clientes.

E gloriosos foram os dias em que o SLB passeou a sua fama por muitos relvados da Europa e por outras paragens onde se praticava futebol de alto gabarito, com equipas compostas por jogadores que eram somente a prata da casa.

Apesar de não ser adepto do Benfica, vibrei imensamente com os seus inolvidáveis feitos, em que MÁRIO COLUNA, nessa altura, era o ESTEIO do meio campo encarnado.

E era fantástico vê-lo, jogar de cabeça, colocar milimetricamente a bola nos companheiros da frente, onde mais tarde despontou o fabuloso Eusébio.

Ao COLUNA, que ora partiu sem qualquer retorno físico, aqui fica a minha pública e singela homenagem.

 (Publicado no Jornal PÚBLICO, de 27/2/2014)

José Amaral

 

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