domingo, 9 de fevereiro de 2014

Mau tempo no (meu) canal


A borrasca está à solta. A Natureza lembra ao homem qual é o seu lugar e a sua pequenez perante ela. Mas ele, insensato e vingativo, vira-se para si mesmo e contra os seus.
E eu, refugiado na minha toca/lar, à espera que a tormenta passe, leio notícias mil.

1 - Assim, a ‘humidade destrói livros centenários’ na cave de uma centenária livraria do Porto, não por culpa do trineto do fundador da nunca inundada livraria, mas por incúria de quem julga que o papel mais importante é o papel-moeda e nunca as obras de arte feitas de papel.

2 – Eis o resumo de ‘uma história de vida triste’ de uma filha de pai português e de mãe timorense, Celeste com 43 anos de idade, a qual, com três meses de vida, foi entregue a um comandante de navio e mandada/recambiada para Portugal.
Foi rejeitada pela madrasta, acabou por ser criada pela avó paterna. Foi vítima de muitos abusos físicos e morais. Tem cancro. Ama os animais irracionais e vive na mais completa miséria em Portela do Fojo, no concelho de Pampilhosa da Serra. Sobrevive com apenas 185 €/mês na companhia de 100 animais.
Esta portuguesa que tem o sobrenome de Lobo mais não é do que uma mártir vestida com pele de Cordeiro nas mãos e nos desígnios satânicos de quem nada de humano vê para lá da sua toca de coelho, que no terreiro deu os seus primeiros maus passos.

3 – Os patos-bravos que têm inundado Portugal, não contentes com a natural investida marítima sobre as três indefesas torres habitacionais de Ofir, andam desde Junho de 2000 no encalço do muito badalado prédio Coutinho, em Viana do Castelo para que o mesmo venha abaixo custe o que custar, porque o Povo é sereno e tudo paga com língua de palmo.

4 – ‘Seguro garante que vai reabrir tribunais extintos’. É, pois, mais uma promessa do vendedor de ilusões da má Oposição que é feita sobre os maus governantes que ciclicamente se renovam nas escadas do Poder.
Pintaram a Casa do Povo de laranja? Pois, agora, se for para lá, pinto-a de cor-de-rosa!
E não saímos desta: pintam a ‘manta’ à nossa custa.

5 – E é para quem quer! ‘Quase metade dos precários ganha entre 485 e 600 euros’.
Quem quiser melhor meta-se nos ‘jotas’ e é sempre em frente, com mordomias de sonho, enquanto os sonhos dos portugueses continuam a ir por água abaixo.

E antes que a borrasca me inunde o computador ou dê cabo dos meus neurónios, aqui vai este meu escrito.

José Amaral

 

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