Pesquisando livros acerca da crise quase global que se
instalou no mundo dito civilizado, um deles chamou-me a atenção, com o título
‘O QUE FAZ UMA PESSOA COMO VOCÊ NUMA CRISE COMO ESTA? ‘, da autoria de Leopoldo
Abadia, nascido em Saragoça, no ano de 1933.
O autor é doutorado em Engenharia Industrial.
É pai de 12 filhos e avô de 40 netos.
Por tal prole ter, assenta-lhe bem o grau académico obtido.
E, a dado passo e no prefácio do seu livro, ele perguntava: Que é feito da nossa soberania?
E, assim, escreveu: ‘quando
decidimos entrar na EU, sabíamos que iríamos ceder em termos de soberania.
Estávamo-nos a ‘casar’, deixávamos de ser ‘solteiros, livres
como pássaros’. Já sabíamos. E entramos numa família que nos controla e é
exigente.
Dá-nos dinheiro, mas sob condições. E isso é duro. Podemos
ter saudades da nossa ‘vida de solteiros’.
Mais adiante focou o
sistema de pensões e as suas duas
opções:
‘1 – O modelo de
capitalização, em que o trabalhador, ao longo da sua vida profissional, vai
contribuindo com uma percentagem do seu salário com o objectivo de constituir
um capital que permita, no momento da reforma, assegurar um rendimento
suficiente para cobrir as necessidades económicas. Simplesmente, poupar hoje
para viver amanhã.
2 – O modelo de
redistribuição, em que a geração activa, que realiza pagamentos à Segurança
Social, paga o valor das pensões às gerações já reformadas, que, por isso, não
dependem do que trabalharam, mas do que os jovens sejam capazes de financiar.
Com menos jovens, maior é a dificuldade.
Assim, o modelo de redistribuição nasceu ao abrigo do Estado
Social, proclamando como bandeira a solidariedade entre gerações.
Acontece que, para que haja solidariedade entre gerações têm
de existir gerações, e quando não existem, está tudo estragado’.
E como as gerações dos neoliberais - em todas as vertentes desregradoras da
condição humana e laboral e que nos têm DESgovernado anos a fio - são
defensoras deste péssimo modelo de
redistribuição, está tudo dito: daqui a pouco não haverá nada para ninguém,
porque os jovens escasseiam, o desemprego é um flagelo, e tudo o mais é cada
vez mais deprimente, em que o ser humano passará ou passou a ser apenas um ser
descartável entregue à sua sorte existencial.
José Amaral
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