Os Partidos continuam a não assumir o País. ( com outro titulo)
Estamos em 40 anos de Democracia e ainda não aprendemos a
ser democratas. Talvez seja por, hoje, a adolescência acabar mais tarde, e
assim aos 40 anos ainda continuamos adolescentes. Com as irreverências próprias
destas idades!
Ou, então, tivemos anos a mais de ditadura e ficou-nos de
tal forma entranhada, que não atinamos a viver em democracia, e achamos que
devemos estar sempre do contra.
Como é evidente, em democracia, o direito e até dever de expressar
livremente as opiniões, é um facto. E não ter de estar tudo de acordo com todos,
é uma necessidade. Mas estar do contra, só por e para ser democrata, talvez
seja de uma vez por todas, dar cabo da democracia.
Ou, talvez seja olhar para o interesse e sobrevivência do Partido,
sem um mínimo de atenção pelo País. E, assim manter lugares nos Partidos,
manter as estruturas a flutuar num País que se está a afogar.
Isto, é o que estamos a viver, e com o aproximar de mais
umas eleições, agora para a Europa Desunida, lá estamos no usual folclore de
estarem todos contra todos, e todos a fazerem o possível por se não entenderem.
Não é de “bom-tom, fazer consensos”! Neste País!
Claro que isto é muito “bonito”. Claro que pode gerar,
ainda, alguns votos, mas não fortalece a democracia, não vai aumentar os
democratas e vai diminuir a participação nas eleições. A abstenção, que depois
cada um justifica a seu jeito, vai continuar a subir.
E a “culpa” não é dos eleitores, mas sempre e cada vez mais
dos que se apresentam a estes.
Ou mudamos de facto, ou apresentam-nos verdadeiras reformas
do Estado, do País, com verdade, com realidade, com vontade de ter o País como objectivo
único, e não o próprio Partido, ou vamos continuar a “ser mais do mesmo”.
Mas, com estes Partidos “isto” não parece mudar. Não há
vontade e não há como fazer sair os instalados, que não se desinstalam.
Criar novos Partidos à imagem dos existentes, não resulta
como já está a dar para entender.
Assim, vamos continuando a viver um tempo difícil, sem
responsáveis nem responsabilizados e todos a dizer mal uns dos outros. Seja!
A. Küttner de Magalhães
DN 20.02.2014
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