As coisas que
este governo do meu País inventa deixam-me espantada. Além dos muitos cortes
que fazem em alguns ordenados (devia dizer nos funcionários que têm salários
baixos porque nos que ganham acima do razoável ninguém mexe) e nas pensões e
nas reformas para arranjarem fundos para pagarem à troika, agora pretendem que
algum comércio passe facturas das várias vendas que fazem. Tudo bem. Há uma
lista das actividades que devem passar obrigatoriamente factura do serviço
prestado ou do bem vendido.
Há também
indicação do que se pode abater na declaração do IRS. E todo o bom cidadão vai
guardando as facturas e as finanças vão sabendo o volume de negócios e até
actuar se ocorrer prevaricações. E o governo vai recebendo os impostos que
estas actividades vão gerando.
Mas quem
cumprir a lei vai receber prémios. E o estardalhaço anunciado pelo governo é de
espantar qualquer cidadão mesmo o mais distraído. Já têm dez milhões de euros
só para prémios! Donde vêm estes milhões? Então há crise? O governo fecha
serviços prejudicando os portugueses dizendo que está a poupar! Há
despedimentos porque as empresas não têm dinheiro para comprar material para
aceitarem encomendas? E vão sortear carros topo de gama? Se sair a uma pessoa
desempregada onde terá ela posses para comprar a gasolina?
Não seria
sensato aplicar essa verba de dez milhões na contratualização (sim que
actualmente ninguém já contrata) de meia dúzia de
empregos, por exemplo, suprindo a falta de pessoal não docente com que muitas
escolas se deparam? É que a falta deste pessoal em muitas escolas põe em perigo
a segurança das nossas crianças.
Como
dizia a saudosa Ivone Silva “este País é
um colosso… Isto é que vai uma crise…”
Publicado em
12 de Fevereiro no Jornal Regional Costa do Sol
Nós chegámos onde estamos porque temos sido governados por gente ignorante, irresponsável e desonesta e alguns pouco inteligentes com a mania de espertos. Esta rifa dos carros é uma decisão vergonha, que só um país da América Latina ou de África poderia apadrinhar. Para além da maioria não ter dinheiro para o combustível e para os impostos, isto é ofensivo porque quer fazer de todos nós uns perseguidores do cabeleireiro, do biscateiro que nos arranja a torneira ou o interruptor e do comerciante do café de bairro. Batemos no fundo, e não vejo como sairemos disto, porque já não há vergonha nem respeito no mercado das relações sociais.
ResponderEliminarGente ignorante em quem muitos - infelizmente mesmo muitos - continuam a votar. Quando é que acordam?
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