Os horários de trabalho têm uma história longa de
avanços e recuos mas com o evoluir das sociedades parecia haver uma
estabilidade nos avanços e até uma certa abertura para os melhorar.
Se nos debruçarmos no tempo da escravatura existem
estudos e chamadas de atenção não só para as doenças que dizimavam os povos em
escravatura e mudados de clima e hábitos alimentares, como se “descobriu” que
um ser humano explorado, cansado não assegurava correctamente as suas tarefas e
surgiram alguns senhores que regulavam as horas de trabalho para não verem
morrer o seu empate de capital.
Lembremos o 8 de Março de 1857 e o sacrifício das
mulheres que lutaram por 10 horas de trabalho em vez das 16 horas. Este dia é
assinalado desde 1910 como o dia Internacional da Mulher. Mas ao contrário de
ainda alguns ligarem este dia à “importância de ser mulher” ele deve ser
recordado como conquista de melhores horários de trabalho para todos nós.
Melhores horários… sim pois numa sociedade civilizada e progressista o trabalho
deve ser respeitado mas devemos ter tempo para ver o Sol.
Recordemos “Luisa sob a calçada” de António Gedeão … “Saiu de casa de madrugada; regressa a casa é já noite fechada”.
Mas agora, no nosso País desregulado, querem aumentar o horário de 35 horas para 40 na Função Pública. Em vez de organizarem os serviços, nesta fúria de corta – corta para responderem a uns troikanos, os nosso tenrinhos que chegaram ao Governo –( muitos deles sem saberem o que é trabalhar) – pensam que resolvem tudo com horários mais longos. Um ser humano cansado, com problemas de mobilidade porque também nesta área existem muitas deficiências, com o coração apertado pelos filhos e familiares que precisam de mais assistência, não poderá produzir mais só porque o horário é mais comprido.
Muito haverá a dizer e tanto é assim que muitas Câmara Municipais têm encontrado maneira de não aplicar esta “imposição” e têm mantido as antigas 35 horas. A C M Oeiras apesar de alguns desencontros no seu executivo tem tido algumas posturas de diálogo com o STAL esperando-se um desfecho positivo. O bom senso irá imperar se não teremos de juntar forças e insistir. Desistir não será certamente o caminho dos trabalhadores.
Maria Clotilde Moreira
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