Era Abril, a noite(leia-se) a ditadura tinha terminado e acabara de nasçer uma linda menina chamada liberdade. O povo saíu á rua para festejare, pela primeira vêz na minha vida, vi toda a gente feliz. Abril era a primavera da democraçia, Lisboa e o resto do País encheu-se de cravos vermelhos, a minha felicidade era a feliçidade de todos. Porém, passado pouco tempo, e com o 25 de novembro, chegou o outono da democraçia, os cravos foram substituídos por rosas mais ou menos alaranjadas e aos poucos, aquela que fora uma linda menina,cheia de alegria e esperança, foi-se transformando numa senhora cheia de espinhos e feia (uma espécie de democracia)... e assim chegámos ao inverno da "democracia".
Desde então, permaneçe um céu carregado de nuvens esquisitas de um tom rosa-alaranjado,chove desemprego e miséria por todo o País, o povo sangra,os vampiros estão de volta e o Sol de Abril ofuscou. Enfim, Portugal foi demasiado pequeno para a grandeza dos homens e mulheres que lutaram pela liberdade e justiça social. É urgente que os cravos floresçam de novo e com eles a esperança do Sol e da primavera do futuro.
Viva Abril!
Texto de Arlindo de Jesus Costa.
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