sábado, 5 de abril de 2014

Palavras

Eu que gosto tanto de escrever, tem-me faltado, ultimamente, tempo, disposição e energia e talvez inspiração. Cansada de palavras? Como gosto de me sentar à mesa com o PÚBLICO  aberto, sublinhando frases e títulos apelativos e com «sumo».
Hoje lá arranjei uns minutos para assim o fazer.
Recortei uma notícia pequena sobre uma excelente iniciativa do pelouro da Cultura do Porto que pretende fazer, hoje, uma Maratona da Leitura na Biblioteca Municipal da cidade. 
"Ler em voz alta, em vários locais do edifício, sem parar e durante 4 horas", lendo poemas de autores portugueses. 
Depois voltei a folhear o PÚBLICO, e chamou-me a atenção o título «Palavras»  de um texto escrito por Bagão Félix que afirma: "A política e a Europa foram tomadas por uma vaga de palavras, um quase dialecto, incompreensível para os comuns dos mortais. Há quem faça gala em usar termos que nada dizem, mas que impressionam ou dissimulam a vacuidade". 
Estamos fartos das palavras dos políticos e carentes das palavras dos poetas. Políticos-poetas, onde estão? 
Se calhar não queremos muitas palavras. Talvez a austeridade que precisamos seja essa: a das palavras. Poucas palavras, muita verdade, mais acções e palavras que os comuns mortais compreendam. Não foi um texto com uma palavra apenas como título que quis ler no jornal?

1 comentário:

  1. Politicos!?
    Malabaristas de palavras (sem desprimor para os verdadeiros)com que nos vão iludindo e entretendo para que não pensemos.

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