terça-feira, 22 de dezembro de 2015

CORPO POEMA

No teu corpo desenho poemas cantados .
A cada toque, a pele responde com um grito surdo,
meio gemido,
meio lamento
meio sussurro
meio tormento.

A cada beijo, reinvento-te,
reinvento-me,
saboreio-te como saboreio o poema,
letra a letra,
palavra a palavra,
rima a rima
ou rima nenhuma
mas lenta e suavemente como tango dançado ao luar.

Depois, volto e ler-te
e afago lentamente as palavras que te acendem a paixão.
e que te prendem a mim.

A ti me colo, meu poema
meio escrito,
por vezes gemido,
outras sussurrado,
e assim adormeço,
sem saber se durmo
ou apenas descanso
nesse teu colo feito cama,
só para me receber.

©Graça Costa
tela cesar biojo




3 comentários:

  1. Este corpo, demasiado esfarrapado, não augura nada de bom. É uma imagem demasiado chocante, independentemente do valor artístico que em si possui. Em minha opinião, mas quero dizer que seja a correcta, não contribui para aprofundar uma mensagem de amor.

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  2. Correcção: Mais uma vez perdi uma palavra na frase, o que lhe altera o sentido. Na última frase, a seguir a "mas", falta a palavra "não". As minhas desculpas.

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  3. Olá e obrigada pela seu comentário. A arte tem destas coisas fantásticas - cada um recebe-a de difere-a de acordo com a sua sensibilidade. A intenção desta tela que pessoalmente acho magnifica era que ela fosse um complemento do poema que retrata um Amor em construção e não como o meu amigo o viu " um corpo esfarrapado ". Fico-lhe grata ...obrigada por esta nova leitura do poema e da sua ilustração .

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