quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Apesar de tudo, o PÚBLICO aguenta-se

Apesar de cada vez termos menos pessoas a ler, o PÚBLICO aguenta-se.
Apesar do imediatismo fazer parte do dia-a-dia dos nossos media e o PÚBLICO não seguir essa via, o PÚBLICO aguenta-se.
Apesar de o i, que nasceu já fora do tempo, mas a apostar na qualidade, não ter conseguido seguir o trajecto inicial, o PÚBLICO com qualidade aguenta-se.
Apesar de ter de acabar com o suplemento de domingo, que fazia parte da leitura de todos os que, mesmo com outros suplementos antes da Revista 2, lemos o PÚBLICO desde o primeiro número, o PÚBLICO aguenta-se.
Apesar de ter de deixar de ter alguns colunistas de qualidade, sempre, o PÚBLICO aguenta-se.
Apesar de cada vez haver menos publicidade para distribuir equitativamente pelos meios de comunicação escrita, o PÚBLICO aguenta-se.
Apesar de a leitura, mormente em papel, estar em desuso, o PÚBLICO ainda aguenta o papel em paralelo com o online.
Apesar de a qualidade não ser o mote do nosso quotidiano, seja em comunicação social, seja em muito mais situações do nosso dia-a-dia, o PÚBLICO com qualidade aguenta-se.
Apesar de o PÚBLICO ter tido, neste fim de ano de 2015, de fazer mais uns cortes de custos, o PÚBLICO aguenta-se.
Mau será o dia em que o PÚBLICO se não aguentar, ou tiver de seguir a via da não qualidade e não conteúdo para se aguentar.
E sem dúvida que temos de felicitar o engenheiro Belmiro de Azevedo, por ter criado o PÚBLICO e por estar a querer aguentá-lo contra ventos e marés, nestes tempos nada fáceis, para muita coisa: como a democracia, os valores e, claro, a imprensa com qualidade.
E o PÚBLICO aguenta-se e é muito bom.
Pena será o dia, que se espera não aconteça, em que se tiver de dizer, por já não ter onde o escrever, o PÚBLICO como PÚBLICO não se aguentou e acabou.
Esperemos que tal nunca aconteça! E todos dentro e fora temos de ajudar a manter o PÚBLICO!

Augusto Küttner de Magalhães, Porto
(Pùblico, 29.12.2015)

4 comentários:

  1. Aplaudo a oportunidade deste artigo, porque nem tudo o que muitos comentadores dizem sobre os grandes empresários portugueses corresponde à verdade. O eng. Belmiro de Azevedo, e este é mesmo engenheiro, faz um esforço grande para manter o jornal Público dado o prejuízo financeiro que suporta. Também a Fundação Francisco Manuel dos Santos, suportada pelo Pingo Doce, tem um trabalho meritório a favor da cultura. "O seu a seu dono". Obrigado ao Augusto pela contribuição para um clima mais justo na nossa vivência do dia-a-dia.

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    1. Muito grato Caro Joaquim. A referencia ao eng. Belmiro de Azevedo foi intencional, uma vez que o Público sempre deu prejuízo, tem aumentado esse mesmo prejuizo, e se o BA fizesse o que poderia fazer náo fez e Aguenta o Pú blico que é o melhor jornal generalista desde que existe.

      AS VERDADES DEVEM SER DITAS E ESCRITAS até por quem náo morre de amores por quem possa ser...

      Um abraço

      Augusto

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    2. Muito grato Caro Joaquim. A referencia ao eng. Belmiro de Azevedo foi intencional, uma vez que o Público sempre deu prejuízo, tem aumentado esse mesmo prejuizo, e se o BA fizesse o que poderia fazer náo fez e Aguenta o Pú blico que é o melhor jornal generalista desde que existe.

      AS VERDADES DEVEM SER DITAS E ESCRITAS até por quem náo morre de amores por quem possa ser...

      Um abraço

      Augusto

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  2. Neste último dia do ano de 2015, fica bem uma referência especial ao "Público". Como penso que os meus "companheiros" da "Girafa" deram conta, eu não sou de esquerda. Sem partido, serei um conservador com preocupações sociais. Tenho um blog (www.godblessportugal.blogs.sapo.pt) onde as minhas ideias estão claras. Regra geral, cada post no blog é depois reencaminhado só para dois jornais que assino. O Público e o EXPRESSO, qualquer deles não é de direita. Diria até que o Público é o mais "esquerdalho". Este ano de 2015 porém, fica aqui a homenagem de este jornal, em boa hora mantido com prejuízos económicos pelo Engº Belmiro, deu à estampa artigos meus contra a corrente, absolutamente "incorrectos" do ponto de vista político. BEM HAJAM por isso.

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