O
governo social-comunista de António Costa acaba de averbar uma vitória muito
saborosa contra Passos Coelho. A aprovação do Orçamento rectificativo na
Assembleia, contou com a complacência de Passos e do seu grupo parlamentar. Bem
cedo Passos anunciou essa intenção, quando afirmou que neste assunto do BANIF,
se estivesse no lugar de Costa, "não faria muito diferente". Estava
aberta a porta para os partidos que apoiam este governo votarem convictamente
contra, pois a solução de Costa foi ao arrepio do que a esquerda desejaria, por
várias e importantes razões que têm a ver com o papel do Estado no sistema
financeiro. Resta saber, e foi pena o governo não ter sequer estudado essa
hipótese, se a nacionalização deste banco em particular, não teria sido justificada,
pelo mesmo interesse nacional a proteger, como proclamou o ministro das
Finanças. Vender o "lombo" bem barato ao Santander e ficar com os
"ossos" no Estado, para os contribuintes terem de pagar, se protegeu
alguém foi o Santander, não o erário público. Com aquele risinho trocista que
exibe todo o tempo, o novo PM vai levando a água ao seu moinho. E não tenho
dúvidas agora que o vai fazer durante os 4 anos do seu futuro consulado.
Distribuindo prebendas legislativas e alguns lugares à esquerda e algumas "mercearias"
à direita, Costa irá triunfar. Os fins justificam os meios, eis o
princípio básico da sua estratégia, e os adversários que se cuidem. E os seus
apoiantes também. É um "case study", a nível mundial. Aquele sorriso
trocista ainda vai brilhar em Bruxelas, e vai ocasionar muitas surpresas a
quem erradamente subavaliou até onde Costa está disposto a ir. Eu é que nunca
lhe compraria uma carro em segunda mão.
OBS. Este artigo foi publicado (na íntegra) no jornal "Público", na sua edição de 26/12/15.
OBS. Este artigo foi publicado (na íntegra) no jornal "Público", na sua edição de 26/12/15.
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