OS
LABIRINTOS DA JUSTIÇA EM PORTUGAL
No “Miguel
Strogoff”, de Júlio Verne, há dois jornalistas impagáveis, que são o francês
Alcide Jolivet, divertido e tolerante, e o inglês Harry Blount, formal e
quezilento.
Quando Blount
se viu envolvido num problema que, no seu país, seria inadmissível, segundo o
seu critério, e pensou mover um processo contra quem o prejudicava, Jolivet riu
à gargalhada e contou-lhe a história do processo que uma ama de leite intentara
contra a família de uma criança, por falta de pagamento, lembrando-lhe que,
quando saíu a sentença, a “criança” já era coronel dos Hussardos!...
Por excessivo
que possa parecer, comparar a Justiça portuguesa com o que se passaria na
Rússia czarista, os múltiplos casos que se arrastam no tempo, permitindo que o
rebotalho da Imprensa possa fazer bom negócio a destruír a vida das pessoas,
dão da nossa Justiça uma imagem degradante.
A última cena
porca, mostrando uma vez mais até onde podem ir alguns “artistas” do jornalismo
e da “justiça”, revelou ao mundo um interrogatório a Miguel Macedo, através de
um canal de esgoto televisivo.
Contra tão
escabrosa situação já se rebelou um investigador, que teve a coragem de afirmar
que só havia três pessoas a quem podiam ser pedidas contas por tão inadmissível
comportamento, um dos quais era ele próprio, reportando-se ao caso pendente
cuja “investigação” já tem anos…
A questão
pertinente a colocar é esta: até quando estes pseudo súper-juízes e
investigadores titulares de processos de “encher o olho” continuarão impávidos
e impunes perante tanta javardice…
Amândio G. Martins
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