sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

HAJA VERGONHA!

                                       OS LABIRINTOS DA JUSTIÇA EM PORTUGAL

No “Miguel Strogoff”, de Júlio Verne, há dois jornalistas impagáveis, que são o francês Alcide Jolivet, divertido e tolerante, e o inglês Harry Blount, formal e quezilento.
Quando Blount se viu envolvido num problema que, no seu país, seria inadmissível, segundo o seu critério, e pensou mover um processo contra quem o prejudicava, Jolivet riu à gargalhada e contou-lhe a história do processo que uma ama de leite intentara contra a família de uma criança, por falta de pagamento, lembrando-lhe que, quando saíu a sentença, a “criança” já era coronel dos Hussardos!...
Por excessivo que possa parecer, comparar a Justiça portuguesa com o que se passaria na Rússia czarista, os múltiplos casos que se arrastam no tempo, permitindo que o rebotalho da Imprensa possa fazer bom negócio a destruír a vida das pessoas, dão da nossa Justiça uma imagem degradante.
A última cena porca, mostrando uma vez mais até onde podem ir alguns “artistas” do jornalismo e da “justiça”, revelou ao mundo um interrogatório a Miguel Macedo, através de um canal de esgoto televisivo.
Contra tão escabrosa situação já se rebelou um investigador, que teve a coragem de afirmar que só havia três pessoas a quem podiam ser pedidas contas por tão inadmissível comportamento, um dos quais era ele próprio, reportando-se ao caso pendente cuja “investigação” já tem anos…
A questão pertinente a colocar é esta: até quando estes pseudo súper-juízes e investigadores titulares de processos de “encher o olho” continuarão impávidos e impunes perante tanta javardice…


                                        Amândio G. Martins

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