sábado, 5 de dezembro de 2015

O QUASE

Incomoda-me o Quase,
a sua inconsistência,
a sua fraqueza, a forma inquieta como se esconde,
o que podia ter sido e não foi.

Incomoda-me o Quase.
Quase fui.
Quase fiz.
Quase consegui.
Quase amei.

Que quase é este que nos tolhe o sentir,
que me rouba a plenitude do Querer.

Incomoda-me o Quase
e por quase me sufocar
descarto-o do meu sentir.

Quero a plenitude do todo,
o excesso da entrega,
a loucura do desejo,
a quase morte do êxtase.

Quero, não ter medo de sentir
não ter medo de ousar
ter alma e corpo e pele
para ser e para dar.

Incomoda-me o Quase...
Quase, não é suficiente .

 ©Graça Costa


11 comentários:

  1. QUASE - Um pouco mais de sol- eu era brasa/ Um pouco mais de azul/- eu era além/Para atingir, faltou-me um golpe de asa/ Se ao menos eu permanecesse aquém... Mário de Sá-Carneiro.

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    1. Mario de Sá Carneiro...gosto muito e desse poema em particular...muito mesmo...

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  2. Nada deve à da Florbela Espanca. Obrigado por tornar este espaço menos agreste.

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  3. Belo poema na esteira de Mário de Sá-Carneiro e de Florbela Espanca. Profundo e bem construído. Valoriza este blogue. Parabéns!

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    1. Muito grata pela enorme gnerosidade do seu comentário...
      Obrigada

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    2. Muito grata pela enorme gnerosidade do seu comentário...
      Obrigada

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