Mesmo que nos queiramos distanciar, as múltiplas informações que todo o tipo de comunicação social nos disponibiliza todos os dias, obriga-nos a reflectir sobre a falta de pessoal em praticamente todos os Serviços Públicos e mesmo no privado.
Há falta de médicos e pessoal especializado nos hospitais obrigando que muitos doentes tenham de ser transportados durante horas até encontrarem uma unidade hospitalar para serem atendidos ou permanecerem na áreas de espera - mesmo colocados em macas – tempos infinitos. Agora, até com alguma frequência, alguns desses doentes têm morrido durante essa tão prolongada espera.
Em alguns casos de urgências pediátricas os horários tiveram mesmo de ser encurtados por falta de pessoal o que pode colocar em risco a prestação de assistência às crianças obrigando a família a recorrer a alternativas que além de mais longe podem obrigar a despesas que muitas famílias não podem suportar.
A exaustão de quem trabalha nas áreas de saúde é notória mesmo quando o quadro de pessoal está quase completo pois os horários são muito extensos. Há pouco tempo fomos informados de falta de pessoal no INEM e até de falhas nos equipamentos de urgência pondo em risco a prestação de socorro a tempo e horas.
Há falta de pessoal em serviços do estado como a ADSE atrasando bastante os reembolsos das facturas enviadas pelos abrangidos por este serviço que passa de um milhão.
Depois temos falta de concorrentes às vagas para as nossas forças armadas e há mesmo algum alarme pela carência a todos os níveis da hierarquia, dificultando a nossa presença nas missões internacionais de paz, por exemplo.
Temos também falhas nos quadros da nossa Policia e há quem relacione esta falta de policiamento com o aumento de roubos, desacatos e lutas entre grupos principalmente de jovens.
Há constantes pedido de motoristas para transportes públicos reproduzidos por anúncios colocados nos autocarros que nos transportam e há quem diga que os horários e percursos não podem ser melhorados por falta de pessoal. As médias e pequenas empresas de construção civil também se queixam de falta de pessoal não lhes sendo possível aceitarem trabalhos de manutenção imobiliária.
Com estas informações parece que todos os portugueses têm trabalho e que, portanto não há desemprego no nosso País. Porém, todos nós continuamos a conhecer casos de desempregados que principalmente pela idade depois dos cinquenta e cinco não conseguem encontrar ocupação remunerada além de uns biscates.
Há qualquer coisa que não bate certa: há desemprego? Há falta de trabalhadores? Quando é que os responsáveis do nosso Governo aprofundam a situação e actuam de modo a caminharmos efectivamente para que todos os portugueses tenham trabalho com horários humanizados e remuneração justa.
Maria Clotilde Moreira
Jornal Costa do Sol - 04.03.2020
Muito bem!
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