quarta-feira, 18 de março de 2020

O Auditório José de Castro


Vai ser agora. Agora é que vai ser. Refiro-me ao Auditório José de Castro, em Paço de Arcos. Quando alguns amigos se reúnem – 21 de Novembro - junto ao seu busto no Largo 5 de Outubro recordando este filho da terra que tão novo nos deixou (1931-1977) há sempre noticias, muitas vezes esperançosas que a sua memória vai agora (?) ser continuada numa auditório.
Há várias datas a assinalar este percurso referindo que em 1998 havia um estudo prévio para se instalar um Centro Cultural nas antigas instalações do Externato 1º de Maio entretanto desactivado e alguns apontamentos remetem até para uma maquete que esteve exposta no Clube Desportivo daquela Vila. Há registos de pedidos para que a Camara Municipal de Oeiras adquirisse a casa onde José de Castro nasceu e nela instalar um Centro Cultural e uma Biblioteca. De muitas propostas e insistências em 2018 – mais de vinte anos de tentativas de sensibilização dos responsáveis autárquicos – foi “oficializado” que o Auditório ficará instalado no antigo Quartel dos Bombeiros (há até quem me assegure que foi dito que em 2021 já estaria inaugurado).
Mas neste inicio de ano a informação de que dispomos é que o projecto está a ser feito. Está ainda a ser feito? Quando será aprovado? Quando começam as obras? Quando estará pronto? E muito mais perguntas estarão a surgir pois com este longo percurso a dúvida que se tem instalado vai continuar no nosso horizonte.
José de Castro (José Manuel Pinhanços) foi aluno do Colégio Portugal e participou na Festa dos Alunos em 20 de Janeiro de 1951 na peça a “Madrinha de Charley” e fez também parte do Grupo Cénico do Clube Desportivo de Paço de Arcos que participou num concurso dramático de cujo júri fazia parte a artista Maria Lalande. Esta peça – Multa Provável de Ramada Curto (segundo uns apontamentos de pessoas amigas) – teve lugar em Janeiro de 1952 no Cine-Teatro daquela Vila há muitos anos desactivado. Depois desta actuação seguiu a vida como actor tendo ganho várias distinções.
Tendo a nossa Câmara Municipal de Oeiras um grupo importante de arquitectos e engenheiros e demais técnicos não se compreende que se continue a ver passar os meses e anos sem que se concretizem as obras necessárias de adaptação daquele espaço a um auditório onde a população de Paço de Arcos e do Município de Oeiras  se possa reunir e não só recordar este Actor como mais memórias e acções actuais da população, até por – felizmente – há um bom orçamento municipal de alguns milhões de euros.
Desejos de que o “vai ser agora”, “agora é que é” tenha inicio no próximo trimestre de 2020.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 18.03.2020

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