sexta-feira, 27 de março de 2020


Coitado de quem precisa desta justiça...


No “Miguel Strogoff”, de Júlio Verne, um jornalista francês, que na Rússia czarista era correspondente de um jornal do seu país, contava a um colega inglês do mesmo ofício -  pessoa quezilenta, que por qualquer aborrecimento ameaçava com um processo na Justiça -  a história de uma ama de leite que tinha amamentado o filho de uma família rica, sem que esta cumprisse com o respectivo pagamento, obrigando a ama a processar os caloteiros; quando finalmente o seu caso foi tratado pelo tribunal, a “criança” já era capitão nos “hussardos”.

E também foi assim o caso de uma empresa de Aveiro, que já mantinha dívidas aos trabalhadores desde 1985, mas foi-se aguentando a “balões de oxigénio” até 1995, altura em que faliu mesmo, deixando uma dívida aos empregados de 2,5 milhões de euros, entre salários e subsídios atrasados.

Diz a notícia do JN que só agora, e depois de duas condenações no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, a Justiça portuguesa apresentou uma solução, com o pagamento de uma indemnização a cada trabalhador lesado; todavia, estes não receberão os montantes a que tinham direito, porque a verba conseguida, depois da massa falida vendida, não é suficiente, sendo feito um rateio proporcional ao valor dos respectivos créditos, segundo conta um dirigente da União dos Sindicatos de Aveiro...


Amândio G. Martins



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