Eu sei que agora a
grande prioridade é a contenção do maldito corona, para
minimizarmos, para limitarmos, ao máximo, os seus terríveis e
devastadores efeitos. Mas também sei que, uma vez forçados a
permanecer em casa, temos que nos entreter com qualquer coisa. E uma
coisa para nos entreter, é pensar. Já tinham pensado nisso? Aliás,
se pensássemos mais, se tantos de nós não pensassem pela cabeça
dos outros, se não fossem manipulados pelos outros (uma ínfima
minoria que detém o poder), tínhamos um país e um mundo bem
melhores. Mais decentes, mais humanos. Aqui, humanos, no melhor
sentido da palavra. Evidentemente.
Bem, espero que não
tenham já pensado que esta introdução não seja apenas o prelúdio
para uma monumental seca e tenham desistido. Espero que não!
Portanto, vamos lá ao que aqui me traz. O que aqui me traz, é uma
coisa muitíssimo importante, absolutamente essencial. Essencial à
vida. À vida animal e vegetal. A Água.
Hoje é Dia Mundial
da Água. Já sei que devem ser todos os dias! Assim como devem ser
todos os dias da criança, da mulher, da poesia, da música, etc.,
etc., etc., mas os dias disto e daquilo, têm pelo menos uma
vantagem; falar-se no assunto, dar-se-lhe prioridade pelo menos nesse
dia. E se o assunto for da importância como é o da Água, então
não se justifica plenamente?
Já pensaram na Água
que se desperdiça e na que se suja, que se polui? Já pensaram na
falta que ela faz? Se calhar não pensaram! Ou pensaram, quando
apenas viram, ouviram ou leram. Mas pensem e ajam, quando verem, por
exemplo, uma torneira automática avariada em qualquer local público
que fica a correr depois de a tentarmos fechar. Avisem os
responsáveis quando detectarem um sistema de rega avariado, uma
rotura, etc. Ou qual a razão porque não se fecha num período de
tempo razoável a Água para não se desperdiçar mais. Há coisa de
umas 3 semanas um mês, houve aqui em Corroios uma enorme rotura numa
boca de incêndio provocada por um despiste automóvel. Os trabalhadores
do sector só conseguiram fechar a Água passado cerca de 5 horas.
Foram milhares de meros cúbicos que se perderam. Os responsáveis
tomaram a devida nota. Esperemos todos, a começar por eles, que se
tomem as devidas precauções para que não volte acontecer.
Já reparam, nas
bermas de caminhos e estradas, nas margens de valas, ribeiros,
ribeiras e rios, a quantidade de lixo, sobretudo plásticos, que, por
incúria, negligência, falta de civismo e estupidez é para lá
atirado? Depois, quando há chuvas fortes ( e esta, é uma das
características das alterações climáticas, os excessos; longos
períodos sem chover e depois “dilúvios”) sabem onde é que tudo
isso vai parar? Ao mar, claro! Juntar-se aos milhões de toneladas
que já lá se encontram. Assim como os milhões de beatas e outra
lixarada que tanta gentalha deixa todos os verões nas praias.
Sabem que já aí
está a Primavera e como diria La Palisse, o verão vem já a seguir,
e que no Alentejo e Algarve se mantém o estado de Seca Severa? E
qual é o efeito dos olivais de exploração intensiva e super
intensiva que lá agora abundam?
Bem, fico-me por
aqui, se não isto fica suficientemente extenso para que “ninguém”
leia. Mas sem
antes vos perguntar,
como professores, encarregados de educação ou simples cidadãos,
sabem ou já propuseram que se fale da Água e de todos estes e
outros assuntos com ela relacionados, nas escolas, nas igrejas, nas
Autarquias, na rádio, na televisão, nos Jornais?
Pensem nisso.
E hoje, Dia Mundial da Água,
assim como todos os dias, pensem nela. Pensem que sem ela, não
podemos sequer pensar. Porque, obviamente, não existimos.
Francisco Ramalho
Corroios, 22 de
Março (Dia Mundial da Água) de 2020
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