quarta-feira, 23 de março de 2016

"Era a guerra meu Deus, era a guerra..."

Bom! deixem-me lá também falar do mesmo. Sim! daqueles dramas de que tantos palram e nada acrescentam. Peritos, Professores, Especialistas em fins de mundo, Estrategas balofos, presidentes de Observatórios de Segurança e Criminalidade Organizada e Terrorismo, Autores de Teorias sobre Primaveras Árabes, Editores de Manuais de Paz e de Guerra, Rogeiros, Anes, Severianos, Ângelos, Pachecos, gente que até fala francês, flamenguês e polilinguês, que sabe tudo sobre xiitas, sunitas, iemenitas, semitas, islamistas, suditas, salafistas, outra tantas tribistas, mais de doze e mais, desde os otomanos e de antigos impérios ocupados pelos cruzados, esses malvadistas. Sabem de tudo menos de terroristas. A televisão chama um, chama mil e um, e todos não valem nada. Valem audiências, talvez. Nenhum deles sabe sequer o que é um tapa-chamas, um guarda-mato. Nunca ouviram o que é limpar o cú da galinha de uma G3. Se calhar não conseguiriam enfiar uma cavilha numa metralhadora. Apenas identificariam o ponto de mira, que aponta a tesouraria para receber a avença que o canal lhes paga para demagojar. Exceptuando alguns generais que se aproximam com autoridade e com o verbo correcto a aplicar nestes assuntos porque já os vivenciaram, os convidados nos debates das TVs, só dizem banalidades, notas ridículas, tiros nos pés. Cheios de vontade para nos animar a aguentar o caos. A perpetuar a repetição dos ataques que assolam território europeu. Solo de pecadores e culpados, é verdade. Mas vítimas das suas governações que têm mais olhos do que soluções para os coitadinhos dos refugiados e migrantes, do que para os seus compatriotas decepados nos atentados quase consentidos, ou animados por tanta mediocridade na acção, nas medidas eficazes a lançar, a organizar, a perseguir, a esmagar de uma vez por todas, concertadamente e em força. Uns destes iluminados que leia este desabafo, vêm logo dizer que não. Não. Esse não é o caminho. O caminho é chamá-los para dormirem junto de nós. Vesti-los, lavá-los, dar-lhes roupa, mesa e cama lavada, telemóvel de última geração, i-pad, i-pod com carateres e fantasias arabescas. Integrá-los. Com o nosso dinheiro. Eis aqui a solução - Integrá-los. Bonito não é? Mantenham-se todos a aplicar estes processos e abram covas. Eles, os terroristas ainda só vão no pote 1. Passarão ao pote2 quando tirarem de lá o adversário que se seguirá para este jogo cego e cobarde. Não abrandem o folclore que iniciaram. Mandem condolências às famílias, dos que rastejam feridos a sangrar e amputados no nosso território, às famílias de luto, aos órfãos desconhecidos. Mantenham as luzes nos monumentos, lindos de morrer, e não apaguem as velas nem luzes que os tornam ainda mais atraentes e que homenageiam o país vítima e a hipocrisia que paira. E quando as apagarem, desliguem só as cores que deixam lugar às próximas, que identificarão o país que se segue, mas mantenham sempre a cor vermelha. Bem brilhante. Essa é a cor que será comum a todos e a todas as bandeiras esfarrapadas pelas bombas. Ela representa o sangue derramado nas gares, aeroportos, estádios, praças, locais de culto, etc. O negócio não pode parar e deve dar lugar a outros que destes se erguem. Não se esqueçam das flores. De preferência com cores sortidas. Alimentem um negócio de morrer! Que pena eu tenho por não pertencer a nenhum desses hipócritas e cínicos ramos!


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