Descobri um texto curioso de
Henrique Pereira dos Santos no PÚBLICO de 27 de março que gostaria de salientar, partilhando com os leitores deste blogue os primeiros parágrafos:
"Eu, marmiteiro desde sempre me confesso. Não entendo o tom negativo com que se escreve sobre o saudável hábito de levar para o trabalho o que se decidiu comer. (...) é incomparavelmente maior o desperdício associado à restauração que o que existe associado à cozinha feita em casa, por medida e aproveitando restos (...). Para além da sustentabilidade e economia, há outra tendência que aconselha esta prática: saber exactamente o que se come, um luxo hoje acessível a pouca gente nas cidades."
O que se poupa!
É um novo hábito que ficará. Os ganhos são a todos os níveis. É para continuar. E não custa nada preparar no jantar do dia anterior. Restos ou confecionado com essa intenção, não custa mesmo nada e sentimo-nos bem por estarmos a fazer a coisa certa!
São cada vez mais os marmiteiros, tal como são muitas e diferentes as marmitas!!
Alunos, funcionários e professores encontram-se no refeitório improvisado com a sua marmita e todos são iguais na fila para aquecerem a comida no micro-ondas.
Já não há vergonha!! A crise tornou-nos mais iguais.
Muito bem!
ResponderEliminarRealmente, em Portugal, nos tempos que correm, é difícil apoiar maior contenção e frugalidade na alimentação. E, no entanto, não só é ecológico, como faz bem à saúde (nem é preciso entrar na polémica da poupança). Tudo piorou desde que a Sra. Jonet falou contra o consumo de bifes. O problema é o contexto em que as coisas são tratadas. Eu, por exemplo, moro na Alemanha e como, em média, um bife de vaca por mês (porque pratico um outro regime alimentar, sem ser totalmente vegetariano). O meu marido, alemão, leva sempre sandes, iogurtes e fruta para o emprego, nunca vai comer fora. Ao jantar, há sempre uma refeição quente, cá em casa. E chega!
Porque há sempre o outro lado da moeda:
EliminarApesar de ser interessante essa mudança da dieta alimentar de muitos portugueses e dos inegáveis benefícios que uma refeição caseira proporciona, importa também ver os prejuízos. No meu caso concreto, em tempos idos (ilusórios de superavit), cheguei a fazer essa experiência de levar para o meu local de trabalho (um open space, num escritório de estudos e projectos) o meu repasto para o almoço, mas tive de desistir... as interrupções dos prezados colegas de labuta, com questões sempre urgentes e nunca adiáveis, os telefones e telemóveis sempre a chamar, com missivas supernovas, e a ingestão da comida saudável e caseira quase ao jeito de "fast-food", tal era a vontade de despachar a marmita para dar resposta às emergências… foram alguns dos ingredientes indesejados que com mais frequência se apresentavam para serem consumidos por mim.
A quebra do sedentarismo, da rotina e do stress do trabalho, e a experiência da comensalidade, também são valores que a refeição “fora da marmita” pode proporcionar.
O importante, creio eu, seja em que circunstância for, é a harmonia intrapessoal e interpessoal! Bom apetite!!!
Olá Pedro!
EliminarFizeste bem em falar na quebra do sedentarismo, da rotina e do stress do trabalho, porque não me ocorreu abordar essa questão!
Realmente onde não é possível sair do espaço onde trabalhamos, mesmo que seja para a sala ao lado, é complicado descansar um pouco e evitar continuar a trabalhar mesmo sendo um tempo «sagrado» para PARAR.
É preciso gerir muito bem.
Obrigada pelo contributo!