Uma boa pergunta, formulada, hoje, pelo jornalista e cronista Pedro Malaquias, Antena 2.
Pergunta que coloca a si mesmo e aos ouvintes do programa Império dos Sentidos, a propósito do discurso do Presidente da República na Corte Suprema de Justiça da Colômbia: "a Justiça não pode alhear-se da realidade à sua volta (...). De igual modo, a Justiça não pode alhear-se da sua dimensão social, pois é ao serviço do povo que os tribunais devem estar colocados”. Cavaco Silva acrescentou ainda que a Justiça é um “elemento essencial da paz em sociedade”.
O jornalista questiona(-se) se Cavaco fará parte desse «povo», ou se este julga ainda a definição medieval de povo ou se, ainda, há que distinguir «povo» de «populaça»...
O que somos afinal?
Parece claro que a noção de «povo» que hoje temos, infelizmente, não é o povo que está na definição de Democracia, mas antes nos afigura que somos o «povo», com suas características, obrigações e desfavorecimentos, exploração e injustiça, da Idade Média...
(Um devaneio, desculpem).
Vivemos uma fase da nossa história, com problemas quase insolúveis, mas onde a retórica dos responsáveis é a presença que mais sobressai. A situação agrava-se a cada momento e, nós, em vez de exigirmos que os problemas sejam resolvidos por quem de direito, ou que então sejam substituídos por alguém que faça melhor, perdemos o nosso tempo com definições fazendo o jogo que lhes interessa. Cavaco, Passos e Gaspar, são seres pouco sensíveis e estão obcecados por cumprir metas, onde só os números entram e as pessoas não contam. Se não encontrarmos outro rumo o país vai afogar-se na miséria.
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