segunda-feira, 8 de abril de 2013

Pierre-Auguste Renoir




Pierre-Auguste Renoir

Não é meu jeito fazer recensão de livros até porque não consigo elogiar um livro de forma elaborada como se fosse um crítico especializado. No entanto, ao reler pontualmente um livro já editado em 2005, “Pierre-Auguste Renoir, meu Pai” escrito pelo seu famoso filho Jean Renoir, conhecido realizador de cinema e responsável por alguns dos mais belos filmes da história do cinema, não posso deixar de aqui fazer menção a este livro notável.Gosto de partilhar com outros as coisas boas que vou descobrindo nesta vida.
Trata-se do relato feito pelo filho Jean da vida de seu pai, Renoir (1841/1919), o famoso pintor impressionista, relato esse que nos dá também impressões sobre a vida da época em França a partir de meados do séc. XVIII até os princípios do séc. XIX.
O livro, na minha opinião é muito bem escrito, e muito dos relatos aí transcritos devem-se sem dúvida à prodigiosa memória do pintor que em longas conversas com o filho lhe foi contando episódios da vida familiar e também da sua vida de pintor e do meio artístico da época. Fala-se de muitos outros pintores contemporâneos de Renoir mas também de outras personalidades. Encontrámos passagens deliciosas (como aquela de alguém ter no meio da cozinha um pequeno lago para os patos poderem passar o Inverno ou a de uma prostituta que servia de modelo a Renoir e que um dia se ofereceu para ir “aviar” uns clientes de modo a ajudá-lo a pagar a renda) que devido ao politicamente incorrecto de hoje, certas atitudes relatadas no livro fariam chocar muitos de nós pela inversão de alguns valores que se vão introduzindo, erradamente, na nossa sociedade.
É toda uma vida recheada de episódios ricos e escrito por alguém mestre na arte de contar uma história. Nestas pequenas leituras soltas fiquei com a vontade de voltar a ler o livro na íntegra. Sem dúvida é um daqueles livros que eu gostava que as milhas gostassem de ler pela sua enorme riqueza e que nos ensina muito sobre o quanto se perdeu com o “progresso” e sobre a construção do amor existente naquela família numerosa.

1 comentário:

  1. Parece-me um excelente sugestão de leitura. Vou anotar. Obrigada, Pedro!

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