Pierre-Auguste Renoir
Não
é meu jeito fazer recensão de livros até porque não consigo elogiar um livro de
forma elaborada como se fosse um crítico especializado. No entanto, ao reler
pontualmente um livro já editado em 2005, “Pierre-Auguste Renoir, meu Pai”
escrito pelo seu famoso filho Jean Renoir, conhecido realizador de cinema e
responsável por alguns dos mais belos filmes da história do cinema, não posso
deixar de aqui fazer menção a este livro notável.Gosto de partilhar com outros as coisas boas que vou descobrindo nesta vida.
Trata-se
do relato feito pelo filho Jean da vida de seu pai, Renoir (1841/1919), o
famoso pintor impressionista, relato esse que nos dá também impressões sobre a
vida da época em França a partir de meados do séc. XVIII até os princípios do séc.
XIX.
O
livro, na minha opinião é muito bem escrito, e muito dos relatos aí transcritos
devem-se sem dúvida à prodigiosa memória do pintor que em longas conversas com
o filho lhe foi contando episódios da vida familiar e também da sua vida de
pintor e do meio artístico da época. Fala-se de muitos outros pintores contemporâneos de Renoir mas também de outras personalidades. Encontrámos
passagens deliciosas (como aquela de alguém ter no meio da cozinha um pequeno
lago para os patos poderem passar o Inverno ou a de uma prostituta que servia
de modelo a Renoir e que um dia se ofereceu para ir “aviar” uns clientes de
modo a ajudá-lo a pagar a renda) que devido ao politicamente incorrecto de
hoje, certas atitudes relatadas no livro fariam chocar muitos de nós pela
inversão de alguns valores que se vão introduzindo, erradamente, na nossa sociedade.
É
toda uma vida recheada de episódios ricos e escrito por alguém mestre na arte
de contar uma história. Nestas pequenas leituras soltas fiquei com a vontade de
voltar a ler o livro na íntegra. Sem dúvida é um daqueles livros que eu gostava
que as milhas gostassem de ler pela sua enorme riqueza e que nos ensina muito
sobre o quanto se perdeu com o “progresso” e sobre a construção do amor
existente naquela família numerosa.
Parece-me um excelente sugestão de leitura. Vou anotar. Obrigada, Pedro!
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