terça-feira, 16 de abril de 2013

Poema da exactidão




Que a chuva seja chuva e o vento, vento

Que a noite seja noite e o dia, dia

Que a dor seja só dor e o tormento

Não se apresente em forma de poesia!



Que tudo seja tal e qual o que é

Sem embuste, sem alarde ou fantasia

Que até a morte, mesmo a morte até,

Seja só morte, jamais seja agonia!


Que a vida seja vida enquanto vida

E o passado, passado e não presente

Que cada coisa seja definida

Com um sentido para todo o sempre!
 
                                                   

                                                                         JOAQUIM CARREIRA TAPADINHAS


7 comentários:

  1. "Sem embuste, sem alarde ou fantasia"...
    Fantástico. Simples.

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  2. "Que tudo seja tal e qual o que é."
    E ser tal e qual o que é e tal e qual o que somos, já é muito!
    E sê-lo bem, ainda mais.
    E quando somos isso? Será possível sermos tal e quel o que somos?

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  3. Obrigado por ler o poema, pois nós, os criadores, precisamos que nos oiçam.
    A poesia é, sobretudo, sonho. É descrever, talvez com palavras mais escolhidas, sentimentos e anseios. A poesia, quase sempre é desejo.
    Abraço

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  4. Sim, o Joaquim criou um belo poema.
    Fiquei a pensar na exactidão de sermos tale qual somos. Exactidão igual a liberdade, criador Joaquim?

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  5. O problema, o importante, não é saber-se quem é o criador. O que vale é a essência da coisa em si, e aquilo que ela nos diz. Muitas vezes ou quase sempre, nós citamos alguém que não havia citado anteriormente donde retirou tal ideia ou pensamento. Tudo já foi dito, mas, sempre em momentos diferentes como não podia deixar de ser.

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  6. Por outras palavras - SIM SIM - NÃO NÃO - nunca NIM

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