Em 1866, no 1.º congresso da Associação Internacional dos Trabalhadores, em Genebra, foi fixado o objectivo das «oito horas como limite ao dia de trabalho». Iniciou-se aqui a luta mundial pela redução da jornada de trabalho, que era de 14, 12 e 10 horas na indústria e comércio e de sol a sol na agricultura.
O movimento para a conquista do dia de trabalho de oito horas, passou a ser liderado pelos trabalhadores norte-americanos, após o esmagamento sangrento da Comuna de Paris, em 1871. Assim, a Federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos e Canadá, na sua quarta conferência, realizada em Chicago em 1885, decidiu uma greve geral pelas 8 horas, no 1.º de Maio de 1886.
Na greve participaram milhares de trabalhadores e ela prolongou-se pelos dias seguintes, apesar da repressão violenta, particularmente na cidade de Chicago, que provocou várias mortes, centenas de feridos e inúmeras prisões, salientando-se os «oito mártires», dos quais quatro foram enforcados em Novembro de 1887. A violenta repressão não impediu que cerca de 50 mil trabalhadores conseguissem de imediato o dia de oito horas e mais de 200 mil uma redução da jornada de trabalho. A luta prosseguiu e em 1906, a jornada das 8 horas de trabalho já vigorava em 31 dos 45 estados norte-americanos.
Os acontecimentos de Maio de 1886 em Chicago, tiveram também grande significado a nível mundial, e os Congressos Operários de Paris, em 1889, onde estiveram dois delegados portugueses, decidiram internacionalizar o dia 1.º de Maio como dia de luta dos trabalhadores pela jornada de oito horas, e marcaram para o 1.º de Maio do ano seguinte uma grande manifestação internacional.
Em Portugal, em 1890, foi comemorado o 1.º de Maio por iniciativa da Associação dos Trabalhadores da Região Portuguesa. Durante os últimos anos da monarquia esse dia de solidariedade internacional dos trabalhadores não deixou de ser comemorado. Após a implantação da República, em 1910, algumas cãmaras decretaram como feriado o 1.º de Maio. A luta desenvolveu-se, e em 1919, foi conquistada a jornada de oito horas para a indústria e comércio.
A ditadura fascista nascida a 28 de maio de 1926, suprimiu o 1.º de Maio como feriado e procurou impedir a sua comemoração. Mas resistindo, muitos trabalhadores encontraram formas de comemorar o 1.º de Maio, como dia de festa e de luta, que foi assumindo a par de reivindicações laborais, também as políticas, pela liberdade, pela paz e contra a guerra colonial, apesar da repressão da polícia política (PIDE) e outras forças policiais.
Com o 25 de Abril de 1974, conquistou-se o direito a comemorar livremente o 1.º de Maio, que passou a feriado nacional. O 1.º de Maio de 1974, foi a maior manifestação realizada em Portugal, poucos dias depois de ser conquistada a liberdade.
As condições e qualidade de vida da esmagadora maioria dos portugueses e de todos os povos, dependem do rendimento conseguido com o trabalho, que têm, que já tiveram ou que procuram ter. O desemprego crescente em Portugal, na Europa e no Mundo. A tragédia recente no Bangladesh, em que a exploração brutal e a febre de lucro sem regras, provocou centenas de mortos. Demonstram que é preciso comemorar e participar no 1.º de Maio.
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