sexta-feira, 12 de abril de 2013

O 25 de Abril, valeu a pena!

Sem a concretização do 25 de Abril, estas palavras livremente escritas não poderiam ser transpostas para o papel. Atente-se no que disse, em plena ditadura, o (ainda) jornalista, Ferreira de Castro:” Como é difícil escrever, vendo sempre um censor à nossa volta.” A censura e o exame prévio – o lápis azul, obrigaram-no a ser escritor. No Estado Novo, quantos textos teriam de escrever os jornalistas, para se apurar um? Os censores eram implacáveis. Recorde-se a máxima salazarista de má memória: «Quem não é por nós é contra nós!» Depois do 25 de Abril, elaborou-se nova Constituição da República de Portugal, por deputados eleitos por sufrágio direto. Implantou-se um regime democrático e pluripartidário, renascendo as liberdades de expressão e escrita. Consignaram-se na Constituição, políticas de bem estar social e de generalizado acesso às populações: na Saúde; na Educação; na proteção do desemprego; na aposentação e nos serviços sociais; etc. Também valeu a pena porque os trabalhadores em geral melhoraram significativamente as suas condições salariais, sociais e de contratualização coletiva de trabalho. O 25 de Abril valeu apena! Nesse dia fui para Lisboa e vi estampado nos rostos do imenso povo que saiu à rua, sentimentos lindos: Liberdade e Alegria. Um velho operário com a cara cravada de “autoestradas da vida” a meu lado, gritava:” Este é o dia mais feliz da minha vida!” As conquistas sociais trazidas pela Revolução de Abril estão debilitadas, também pela ofensiva ideológica radical deste Executivo... Resta o poder da expressão e o poder do poder da palavra escrita e, se esta for imprimida e publicada, então, continua a valer a pena.
Vítor Colaço Santos

3 comentários:

  1. Digo e direi sempre, Viva o 25 de Abril!!Só que...a luta continua...

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  2. O importante é o 26 de Abril e o que hei-de fazer com este país. Muitos que estiveram envolvidos nessa data, que é memorável como o 5 de Outubro, o 31 de Janeiro, o 1.º Dezembro e outras, acabaram por não perceber o que é governar uma nação. O exemplo de Otelo é flagrante. Mas outros retiraram benesses para a sua classe social e esquecendo o povo para o qual disseram ter feito a revolução, abicham hoje benesses sociais que envergonham qualquer cidadão bem formado e que se preocupe com os seus semelhantes. As reformas militares e dos juízes não têm paralelo com as de qualquer trabalhador qualificado. Temos mais graduados nas forças militares que praças. E por aí adiante, que isto não é um rol de injustiças, mas apenas uma pequena amostra. Como diz a canção musicada por Lopes-Graça e com letra de José Gomes Ferreira, há uma chamada a fazer a este povo: ACORDAI!.

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  3. Gostei muito do texto, Vítor!
    Temos aqui no blog um espaço de grande liberdade! Total liberdade, diria.
    Sim, vivemos um clima de liberdade, podemos sonhar, expressar-nos. Mas podíamos estar bem melhor, se houvesse trabalho para todos e justiça social.

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