Charlie Chaplin (16.Abril.1889 / 1977)
Foi um comediante, mímico, equilibrista, ginasta, sem dúvida tudo isso e muito mais.
Um génio, a bem dizer. Tal como Buster Keaton, seu contemporâneo, Charlot foi o
representante de uma arte que entretanto mudou de mãos e que deixou de ter
graça. Mr. Bean? Por favor!...Jacques Tati será um dos meus favoritos dos que
apareceram depois. Gostos, claro. Lamento que a televisão, pública ou
privada, se tenha esquecido de um dos maiores génios cómicos de todos os tempos na arte do
cinema, ou lá ao que lhe queiram chamar aos pequenos filmes mudos
que ele fazia e onde, por vezes, até parecia que corria um real perigo de vida
com todas as piruetas, carambolas, saltos, socos, pontapés, estalas em que se via metido. Simplesmente delirante. Curiosamente,
se formos a ver bem, o tipo de filmes que impera hoje na TV é exactamente o
oposto ao dos filmes que Keaton, Charlot e outros, faziam. Porquê?
Criou a personagem O Vagabundo que ficou conhecido pela sua
indumentária característica. Um chapéu de coco, uma bengala de bambu, um paletó
apertado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número e um
bigodinho ridículo. As suas maneiras refinadas e porte de cavalheiro inglês são
outro aspecto inseparável da personagem bem como o seu caminhar singular.
“O caminho da vida pode ser
o da liberdade e da beleza, porém nós extraviamo-nos. A cobiça envenenou a alma
dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchara a
passo de ganso para a miséria e morticínios. Criamos a época da velocidade, mas
nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz a abundância,
tem-nos deixado em penúria. Mais do que
máquinas precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de
afeição e ternura. Sem isso, a vida será violência e tudo será perdido”.
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