Vivemos um período inimaginável
que está a pôr à prova a capacidade de resistência do povo português. Sem que
nos apercebêssemos de tal, fomos sendo catequisados para esta provação e fomos
avançando para um beco sem saída.
Desde há umas dezenas de anos
atrás, com a intenção de salvar as nossas almas, vão-nos aparecendo, nas nossas
portas e nas ruas, prosélitos de seitas religiosas que nos querem como irmãos,
e insistem, com uma paciência de Job na sua tarefa, e a grande maioria de nós,
atende-os com o devido respeito, mas não liga à sua mensagem. Fomos
olimpicamente ignorando quase tudo o que se estava a passar à nossa volta, quer
no que dizia respeito às nossas almas, quer no que dizia respeito aos nossos
corpos.
Na Última Ceia, Cristo e mais 12
apóstolos cearam em conjunto, em confraternização de despedida, e nela o Senhor
predisse que um traidor estava entre eles, e por isso Jesus seria entregue à
Justiça, terminando assim os seus dias na Terra, o que se veio a confirmar. Este
Governo, não sei se é coincidência, ou porque também este seja o último, também
foi remodelado de forma a ter 12 Ministros e um Chefe e, como hoje tudo é mais
complicado, não irei dizer que entre eles há um traidor, ou que o sejam todos,
mas que são incompetentes, isso não há a mínima dúvida. Abraçaram uma tarefa
impossível de levar a bom termo e, em lugar de aprofundar as causas e procurar
soluções adequadas, planeiam sobre as superfícies, quando deviam sentar-se à
mesa com as tutelas, muito concretamente com a EU e o BEI e resolverem
enveredar por um caminho que leve à solução do problema e não ao seu adiamento.
Temos da abrir os olhos e não
ficar atarantados com os mistérios da Santíssima Trindade. É verdade que na
mensagem de Cristo em tudo estava sempre o Espírito Santo, da mesma forma, que
hoje no actual estado da Nação, em todos os caminhos que nos conduziram, há
sempre referências ao Espírito Santo, seja no caso Portucale, seja nas
concessões das autoestradas, seja na saúde (PPPs), etc.. Temos um novo Gaspar,
não rei mago, não ofertante, não adorador de recém-nascidos. Pelo contrário,
este nada nos dá, tudo nos toma, e em relação à maioria das crianças quer retirar-lhes
os poucos apoios que as beneficiava, ao mesmo tempo que não se incomoda que elas,
ou os pais, passem fome ou vivam num desconforto desumano.
Num fanatismo que nem os
elementos das seitas religiosas cristãs interiorizam, querendo seguir os
ditames de um contrato leonino feito com a troika, decidiu cortar, cortar,
cortar em tudo o que mexe ou tem vida económica, não conhecendo o verbos parar
ou retroceder, ou advérbios de quantidade minimalistas. E já anuncia mais
cortes nos rendimentos dos pobres.
Este plano de austeridade,
suportado por uma autoridade excessiva, que nos leva à decadência nacional,
está a cortar a respiração aos portugueses, está a sufocar a Nação.
1.05.2013 Joaquim Carreira Tapadinhas - Montijo
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