quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Para reflectir e agir

Uma vez que mais um ano acabou e outro há pouco começou, paremos um pouco para reflectir e agir, uma vez que todos nós concordamos, porque também temos sentido na pele, que esta sociedade, assim (des)organizada, com perda de valores essenciais a cada dia que passa, está cada vez mais desregrada.
Assim, não é mais possível continuar-se a viver tão assimetricamente: os mais poderosos cada vez mais protegidos, e os que menos têm continuar a ser o elo mais fraco da condição humana.
Já Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, e pároco das humildes paróquias de S. Nicolau e Vitória, situadas no coração do desvalido Centro Histórico do Porto, numa reportagem ao maior órgão diário da nossa comunicação social, fez ressaltar que um ‘sistema que faz milhões de pobres não serve a sociedade’.
E, assim é. Que interesse comunitário haverá existir um senhor muito abastado se nada reparte pelos que o servem? Não se perpetuará porque só tem uma vida como um qualquer de nós.
Ele, morrendo, não levará o muito que arrecadou (ou roubou!) durante a sua estada terrena. Não poderá recorrer a um qualquer paraíso fiscal, nem tão pouco as suas barras de ouro farão falta para se manter na sua nova condição para lá da matéria.
Ele apenas levará o que aos outros deu ou repartiu, alegrando quem o rodeou e, assim, melhor se preparou para a sua derradeira etapa.
Portanto, devemos perspectivar a nossa vida terrena voltada para uma caminhada mais solidária, mais humanista e muito mais social.
E não devemos esquecer que o ser mais poderoso é tão mortal como todos nós, mesmo que o seu ter seja milhões de vezes maior que o ser que nós somos.

José Amaral

1 comentário:

  1. Há algumas vozes de gente bem formada e sensível, que abrem perspectivas de um caminho mais humano e justo, para se viver em sociedade, especialmente na área da Igreja dado que a sua estrutura e inserção social faz com que as suas vozes cheguem mais longe. Contudo, isso não está a ser suficiente, porque não há alteração no comportamento de quem decide e governa as nossas vidas. Esperemos que, de tanto chamar a atenção para os enormes erros que se cometem, as suas vozes sejam ouvidas e haja retrocesso no mau caminho que estão a seguir. É bom não perdermos a esperança.

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