quarta-feira, 2 de abril de 2014

Como as famílias desabafam

Como as famílias apertam o cinto e, assim, desabafam:

´Pagamos a renda de casa, a água, o gás, a luz e o ATL dos miúdos. Depois é rezar para que não haja ‘surpresas’ durante o mês.
As ‘surpresas’ são alguém ficar doente, surgir uma avaria em algum electrodoméstico, pagar o seguro do carro ou levá-lo à revisão, ou ainda algo pior.
Nós nem nos podemos queixar muito, porque ambos (o casal) ainda vamos tendo trabalho.
Mas, os meses em Portugal estão cada vez mais compridos e o nosso dinheiro deve ser macho, porque não se reproduz’.
Para de seguida sabermos que, se não fossem as prestações sociais, teríamos cerca de 50% da população em situação de pobreza, pelo que, após as transferências de verbas relativas a pensões e subsídios vários, a percentagem de pobreza fixa-se em cerca de 26%.
Portanto, a equidade (a igualdade) na austeridade não deve medir-se apenas pela proporcionalidade de que os ricos pagam mais impostos que os pobres. Isso só não chega e não passa de um sofisma.
Para uma família rica não chega dizer-se que paga isto (xis) mais aquilo (ípsilon), enquanto a família mais pobre paga somente isto (xis).
Para a família rica, tal carga fiscal, pode apenas significar a diferença entre ter uma automóvel topo de gama ou outro da mesma marca menos luxuoso, enquanto para a família mais pobre, o pagamento de xis, pode ser a abissal diferença entre poder ou não pagar a renda de casa.

José Amaral

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.