Como as famílias apertam o cinto e, assim, desabafam:
´Pagamos a renda de casa, a água, o gás, a luz e o ATL dos
miúdos. Depois é rezar para que não haja ‘surpresas’ durante o mês.
As ‘surpresas’ são alguém ficar doente, surgir uma avaria em
algum electrodoméstico, pagar o seguro do carro ou levá-lo à revisão, ou ainda
algo pior.
Nós nem nos podemos queixar muito, porque ambos (o casal)
ainda vamos tendo trabalho.
Mas, os meses em Portugal estão cada vez mais compridos e o
nosso dinheiro deve ser macho, porque não se reproduz’.
Para de seguida sabermos que, se não fossem as prestações
sociais, teríamos cerca de 50% da população em situação de pobreza, pelo que,
após as transferências de verbas relativas a pensões e subsídios vários, a
percentagem de pobreza fixa-se em cerca de 26%.
Portanto, a equidade (a igualdade) na austeridade não deve
medir-se apenas pela proporcionalidade de que os ricos pagam mais impostos que
os pobres. Isso só não chega e não passa de um sofisma.
Para uma família rica não chega dizer-se que paga isto (xis)
mais aquilo (ípsilon), enquanto a família mais pobre paga somente isto (xis).
Para a família rica, tal carga fiscal, pode apenas
significar a diferença entre ter uma automóvel topo de gama ou outro da mesma
marca menos luxuoso, enquanto para a família mais pobre, o pagamento de xis,
pode ser a abissal diferença entre poder ou não pagar a renda de casa.
José Amaral
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