quarta-feira, 2 de abril de 2014

O QUE QUER DURÃO BARROSO?

Todos os dias temos infelizes exemplos da falta de classe, de categoria, e até de simples decoro, da maior parte dos agentes políticos em funções, não só aqui como no estrangeiro. Mas, sinceramente, era de esperar que Durão Barroso (DB), ao fim de dois mandatos na CE de Bruxelas, tivesse um pouco mais de respeito pelas suas próprias funções e não emitisse juízos pessoais sobre portugueses, e designadamente quando estes estiveram, há muitos anos, sob a sua direcção ou supervisão. Comecemos por Victor Constâncio, que muitos consideram que não terá feito tudo o que lhe competiria para evitar o descalabro do BPN. Este socialista já foi chamado mais que uma vez a comissões parlamentares, já tentou explicar tudo o que lhe foi pedido e nem o BdP nem qualquer tribunal ainda o acusou. Não é pois admissível, que cinco anos depois do estouro do BPN, sem novas provas de falta de diligência, DB tenha atirado para um jornalista uma insinuação que é um autêntico assassínio de carácter. Digo-o à vontade, porque nem como ex-assistente na minha Escola o apreciei. Quanto aos ex-Ministros de DB, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, a forma como DB insinuou que eles estariam a defender interesses pessoais quando assinaram o "manifesto dos 74", é absolutamente indigna de um homem público. É público e notório, nas carreiras profissionais daqueles dois Economistas, que nunca puseram os seus interesses pessoais à frente das suas convicções morais e políticas. Todos temos direito a uma hora infeliz, mas que eu saiba, DB ainda não assumiu esta grave desconsideração e deslealdade para com os seus antigos colaboradores no governo que chefiou.
Tinha até hoje DB na conta de um homem inteligente, mas até isso ele deixou a desejar. Como é que um Presidente da Comissão Europeia, em pleno exercício das suas funções, pode "tirar o chapéu" e falar na praça pública como um vulgar dirigente partidário? Não creio infelizmente que seja um sinal de inteligência. Pensava eu que José Sócrates era o pior exemplo nas relações pessoais com colaboradores e agentes políticos, mas infelizmente enganei-me.
OBS. PUBLICADA (NA ÍNTEGRA) NA EDIÇÃO DO JORNAL "PÚBLICO" DE 4//4/14 

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