sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ninhadas

Afigura-se quase consensual que um dos aspetos positivos do orçamento de estado para o ano de 2015 é o apoio às famílias com filhos a cargo. Mas será assim tão evidentemente bom criar uma descriminação positiva no IRS para essas famílias?

Parece-me ser correto, conforme com a nossa cultura e costumes, considerar um agregado familiar como uma unidade para efeitos contributivos. São geralmente núcleos de economia comum, com forte solidariedade e partilha do melhor e do pior. Parece-me assim bem que se tente aperfeiçoar a contabilização de filhos, e de pais (avós), dependentes dos elementos que auferem rendimentos coletáveis. Estranho que não se incluam, em nenhuma medida, como parte dependente de núcleos familiares, os filhos dependentes que não sejam menores. Muitos há que fazem parte do meio milhão de portugueses sem emprego, que não o encontram apesar de procurar, e que já não têm qualquer subsídio de desemprego, ou nunca sequer o tiveram. Ainda assim é bem capaz de ser um avanço.


(origem: pixabay.com)
O que me parece de muito fraca qualidade é a argumentação apresentada para defender esta medida. "Apoio às famílias com filhos". Sempre que se beneficia uma qualquer classe de cidadãos, está-se implícitamente a prejudicar todas as outras. O que em si nem é bom, nem é mau, é uma opção política, mas convém olhar para os dois lados e para as alternativas.

O solteiro que até gostaria de casar e ter um par de filhotes, além de não ter isso, ainda é apontado como uma espécie de egoísta, tem de contribuir uma fração maior. O casal que por azares do destino em vez de dois filhotes tem zero... Improdutivos! Paguem! Todos devem contribuir com crias. O Estado necessita de ninhadas e ninhadas, destinadas a crescer, a trabalhar, a pagar impostos que sustentem as reformas futuras. Desde logo as dos senhores que promovem a natalidade. Quem não faça crias para gerar rendimento futuro, tem então de pagar já. Que raio de visão do mundo, em que filhos (dos outros) são primeiramente ativos económicos, e só depois pessoas, amadas. Que pena que essa argumentação pareça consensual.

Finalmente, caso se decida que as famílias estão prejudicadas e há necessidade de procurar outro equilíbrio, o que é capaz de ser uma verdade, há ainda que considerar se é complicando ainda mais o IRS a melhor forma de o fazer. Opções? Melhor ensino, mais estável, mais próximo. Melhor saúde, maternidades, pediatria. Melhor justiça... Principalmente, emprego! Razoávelmente estável e remunerado. Para os pais, hoje. Não só para os filhos, amanhã.

Intimidades do Mário


 
 
 
Não fosse a teimosia de alguns jornalistas, a morte do colega Mário Lindolfo teria passado sem um parágrafo ou sequer frase austera.
Por duas vezes tive prazer e fui pago por isso: quando apresentei programas na RTP (o melhor que sei fazer em televisão) e quando produzi os programas do Mário ( o topo do humor e da observação crítica da sociedade portuguesa).
ML tinha por ferramentas a inteligência, a cultura, a dignidade, a tertulia, a delicadeza, o encanto, a seriedade, a rebeldia e a liberdade.
No punhado de anos em foi livre de criar, nasceram algumas pérolas entre as quais o documentário intemporal " Á procura do socialismo" recentemente reexibido pela RTP2.
Um dia quis que eu voltasse a apresentar programas. Escreveu um talk Show.
Estivemos à beira de gravá-lo na  Duvideo. Circunstâncias várias abortaram o projeto que revolucionaria o género em Portugal e seria um êxito, garantira a cartomante da época Zaira. No entanto Lindolfo foi a luz de tantos atores, apresentadores, escritores, séries, partidos e associações. Iluminou vaidoso e discreto.
Com a sociedade portuguesa atolada no lamaçal, o Mário tornou-se persona non grata e obviamente desaproveitado. Retirou-se com mágoa, sem rancor. Levou para a aldeia o laboratório de ideia que fervilharam para um leque de oportunidades mais reduzido. Príncipe no humor e por isso mesmo exilado na república das bananas.
A doença súbita e implacável ausentou-o definitivamente deste mundo medíocre onde de facto não há lugar para ele. Com a sua partida isto aqui ficou irremediavelmente sem graça.
A esperança de que nos havíamos de encontrar dá lugar a outra: a de que os voltaremos a ver num  qualquer lugar, sob a forma quefôr- está lançado o tema para a discussão à volta do cozido da dona Natália.
 
PS: segundo a lenda, os que te esqueceram, um dia irão saudar-te!
 
Aristides Teixeira

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O finório

Meus Caros Conterrâneos, sempre defendi que com o bem dos outros sempre podemos lucrar alguma coisa, e, com o seu mal, pior podemos ficar.
E é sempre bom e estimulante ficarmos satisfeitos com o bem-estar alheio, a menos que tal bem-estar seja o nosso mal-estar.
E, assim pensando, e na melhor das intenções, dei comigo a digerir o título da seguinte notícia: Durão reforma-se com pensão de 11 mil euros.
Depois, mergulhei – evitando uma possível congestão – na notícia propriamente dita e verifiquei que o ‘finório’ Durão Barroso, que fora presidente da UE durante 10 anos, é por isso mesmo que vai ter tal reforma. Isto é, se desempenhasse as mesmas funções durante quatro períodos de 10 anos, obteria uma reforma de 44 mil euros. Certo?
Dir-me-ão: Ó pá, isso é demagogia pura. Ah, pois é! Ou melhor, outros dirão: Isso é chular o Zé-povinho!
Mas o que será trabalhar-se 40 ou mais anos seguidos para se obter uma reforma de miséria?


José Amaral

Anda

Anda, vá, vem comigo dançar uma valsa muito mais que “a mille temps”, o quê? Não queres? Não te apetece? Tudo bem, desde que existas para mim está sempre tudo bem, sabes quero-te como nunca quis nada nem ninguém, estive tanto tempo sem ti que quando apareceste fiquei perfeitamente deslumbrado já te tinha entrevisto algumas vezes quando na Lisboa de há muito tempo, calcorreávamos a noite feitos andarilhos e cantores de ti, não te conhecia como já te disse apenas te tinha entrevisto, talvez até um leve sopro de ti em mim mas sabes como sou, o importante passa-me quase sempre ao lado, sou aquilo que se diz um despassarado mas mesmo sem te ter saboreado tantas e tantas noites foram passadas a escrever teu nome, eu que não te conhecia já estava apaixonado por ti, eras nessa altura apenas uma premonição, um desejo adiado que em sonhos desfrutava, um beijo no pescoço sentido sem saber que eras tu, todos os meus momentos de alegria foram passados sempre que estavas presente, e eu não te via que troucha, dizem-me agora, é uma fada pequenina que guardo também dentro de mim e me costuma sussurrar segredos ao ouvido, que quando saíamos para cantar aquelas canções que nos eram escondidas estavas sempre presente e eu que sem saber, já te amava só que estava distraído, ausente, diz-me a fada que num dia 16 de Março quase nos encontrámos, foi pena, tinha-te agarrado como agora te agarro, beijado como agora te beijo, ficado perfeitamente perdido de amor como agora estou, sabes essas canções que nos eram escondidas agora e graças a ti já as cantamos, cantamos e ouvimos sempre que nos apetece, agora por exemplo não estou a ouvir nenhuma delas, estou a ouvir a Verónica Mortensen, e sabe-me bem, sabe-me quase tão bem como viver de braço dado contigo, quero-te tanto, tanto, tanto que esta folha não chega para escrever o quanto te quero mas tu sabes isso e sei que o teu sentimento por mim, aqui este mim pretende ser plural, é perfeita e totalmente correspondido, já não escrevo/mos o teu nome pela calada da noite, desfruto-te como quem respira, entre mim e ti a palavra separação não existe, somos unos, fundimo-nos, não posso viver sem ti, viver sem ti era como se de súbito tivesse uma fatal crise de asma que me levasse nas asas esbaforidas do vento, sou teu, integralmente teu como tu és minha, não sei conceber a vida sem ti a dar-me a mão ao meu lado ou de braço dado num qualquer jardim florido de muitas Primaveras, 40 para ser preciso, sim desde que me apareceste na vida que te conto como quem conta Primaveras, talvez porque o primeiro e real encontro se tivesse dado numa chuvosa manhã de Abril, vi-te, os teus cabelos esvoaçavam, a boca sorria-me, estendeste-me pela primeira vez as mãos que sôfrego, agarrei, e nunca mais larguei, nem mesmo quando naquele tórrido Verão te quiseram raptar ou mesmo matar, eu estava a teu lado tu estavas a meu lado e juntos conseguimos a façanha de ficares, tentam obstaculizar a nossa marcha, que nos importa podem vir todos os lobos travestidos de cordeiros que juntos o caminho é e será sempre nosso, sabes e eu sei que sabes que muitos cantam teu nome mas eu não tenho ciúmes, quantos mais te cantarem mais feliz serei, oh que disparate, lembras o que atrás disse? Que era um despassarado, que passo quase sempre ao lado do que é importante, reparo agora que ainda não disse teu nome mas para parecer culto e que graças a ti até leio todos os livros que me apetece e ensinas vou dizê-lo em francês e citando um amigo meu, o Boris, Boris Vian, “Ma Liberté longtemps je tais gardé”, sim é este o teu nome em francês mas o resto é mentira, sabes bem que não te guardei, não tenho espírito de carcereiro, foram os homens maus que durante longos 48 anos te mantiveram aprisionada, fazendo da tua a nossa prisão mas rompemos portas e janelas, libertámo-nos e libertámos-te, e nunca mas mesmo nunca deixaremos que esses seres tenebrosos voltem e te nos roubem porque com a tua partida partiriam também os sorrisos no rosto, o rir às escancaras, o futuro, tudo, tudo, porque sem ti nada é possível. P.S. – Amo-te

Volto a insistir: para quando uma agenda para a década em Portugal?

Depois da conclusão com meridiano sucesso do Programa de Assistência Económica e Financeira, tendo Portugal conseguido regressar a financiamento de mercado com taxas que nos permitem sonhar com um ligeiro alívio do fardo ainda pesado da dívida e do défice, o país entra agora numa nova etapa.

Etapa que se perspetiva de maior crescimento e competitividade e investimento, a menos que levemos com mais baldes de água gelada como aconteceu recentemente com os lamentáveis e inaceitáveis episódios do colapso do Grupo Espírito Santo e pelo arrastão que este produziu na PT. A abertura de uma Comissão de Inquérito no Parlamento é muito pouco para consequências tão nefastas na vida de muitos portugueses, de tantas famílias e empresas…

São casos como estes que nos demonstram, de modo doloroso e impiedoso, como, a par da competência e prestígio profissionais, devem aliar-se sempre a ética e o respeito pela dignidade de cada ser humano, desde o pequeno depositante num qualquer banco até ao trabalhador mais humilde de uma empresa como a PT, que olham com apreensão para o seu futuro, em face da irresponsabilidade de uns quantos que não souberam e/ou não quiseram ser honestos e íntegros.

Para quem pensa que pior é impossível, que se acautelem, porque à sucessão de irresponsabilidades têm-se seguido em Portugal sucessivas doses de austeridade, ainda que adornadas e maquilhadas…

Para quando uma estratégia de médio e longo prazo que permita a Portugal ambicionar um equilíbrio e sustentabilidade das contas públicas e um crescimento económico sustentado, traduzido em mais emprego, competitividade, produtividade, exportações, captação de investimento, que consiga gerar simultaneamente uma maior coesão e solidariedade na sociedade, principalmente entre aqueles que foram mais afetados e penalizados com as consequências da grave crise que ainda vivemos e, pelo andar da carruagem, continuaremos a viver nos anos vindouros?!

No entanto, o espírito reformista que necessitamos para Portugal deve extravasar as reformas ao nível da flexibilidade e estabilidade da nossa economia e do equilíbrio orçamental, na medida em que se torna indispensável e inadiável renovar e fortalecer todo o nosso sistema democrático, a democracia representativa, a participação cívica, a justiça, a saúde e a educação, efetuando igualmente uma reforma do Estado, do sistema fiscal e da segurança social, de forma justa e equitativa.

Para isso, os partidos políticos, componentes nucleares do sistema democrático, têm de ser mobilizados e mobilizadores, precisam de ser verdadeiros canais concretizadores dessas reformas e não os seus diques de contenção, mais abertos à sociedade e ao serviço dos cidadãos, e não apenas daqueles que neles militam ativamente.

Pedro e Paulo continuam a apedrejar-se na praça pública a propósito e a despropósito da tão propalada Reforma do Estado, ainda que à distância, pois o Paulo anda em missão diplomática económica pelo México que o Machete não sabe ou não quer fazer, enquanto o Pedro, farto das inegáveis qualidades de Paulo para o negócio e para o marketing, o questiona sobre o tal guiãozito “paulino”.

Uma reforma do Estado bem sucedida é aquela que origina verdadeiros ganhos de economia, eficácia e eficiência na utilização dos recursos públicos e na gestão pública, e, simultaneamente, aquela que garanta e prossiga o interesse público, sem prejudicar e onerar excessiva e injustamente as empresas, as famílias, os cidadãos.

Reforma do Estado que equacione e decida por uma efetiva e eficiente restruturação e racionalização das estruturas e rejuvenescimento dos cargos dirigentes, mas que consiga mobilizar simultaneamente os gestores e dirigentes do setor público e todos os trabalhadores em funções públicas, de modo a prestigiar todos os servidores do Estado e transformá-los em verdadeiros agentes e criadores de valor acrescentado para a Administração Pública, e que esta, por sua vez, funcione como facilitadora do desenvolvimento económico e de desburocratização da máquina estadual, e como prestadora de um serviço público de qualidade.

A par da restruturação e racionalização, é imperioso efetivar uma verdadeira e salutar descentralização administrativa, que promova uma maior harmonia e um desenvolvimento mais equilibrado em todo o território nacional, combatendo energicamente as assimetrias que se verificam entre Lisboa e o Porto, o interior do país e o litoral, entre os grandes centros urbanos e os de reduzida dimensão.

Para alcançar este desiderato, afigura-se premente aproveitar os próximos fundos comunitários, no valor de aproximadamente 25 mil milhões de euros, que devem ser canalizados de forma eficiente e rentável, responsável e equitativa, para o crescimento económico e apoio às PME, criação de emprego jovem e combate ao desemprego de longa duração, reinvestimento numa agricultura mais moderna e competitiva, reindustrialização dos setores estratégicos nacionais e exploração dos recursos naturais e energéticos do país, reforço dos setores ferroviário e portuário, que privilegiem o transporte de mercadorias e as exportações, e aposta no setor do turismo, entre outros.

Os enormes desafios do presente e para os próximos 10 anos com os quais Portugal se depara reclamam de todos os portugueses uma união e solidariedade que contribuam para mais e melhor Portugal. Sempre que Portugal se uniu foi mais longe e mais alto, na Europa e no Mundo.

Acordai

A tristeza, a amargura, a fome, a solidão, palavras que definem esta mundo que deixámos que nos impusessem, somos bestas que gostam da canga e não me refiro apenas a este jardinzinho onde diariamente comemos o pão que o diabo amassou, mas particularizando, nós portugueses devemos ser da maior carneiragem que o mundo tem, roubam-nos tudo e tudo deixamos que nos roubem “não é nada comigo, não é nada comigo”, onde estão o Serviço Nacional de Saúde? A Educação, os apoios sociais? A Face Oculta, Roubaram? Que se lixe, foram substituidos por Rios Fortes, BPNs, e Espiritos Santos, que agora até tem um banco bom e um banco mau, os vilões que tudo isto fizeram continuam a gozar da sua santa impunidade monetária, eram os comunistas que davam a injecção atrás da orelha não eram? Pois é vê-se, estes salafrários todos os dias nos definham mais um bocadinho, todos os dias nos matam mais um bocadinho e nós deixamos, o velhinho Bertrand Russel dizia “cada povo tem o governo que merece”, e nós merecemos, merecemos estes meliantes que fazem gala da sua desfaçatez, da sua pouca vergonhice, da sua ignorância, passeiam-se pomposamente nos seus carros de alta cilindrada, pagos por nós, com um sorriso nos lábios sabendo que somos mansos, porquê? Porque é que somos mansos e não corremos com toda esta corja que nos aniquilia? Não temos armas? Temos pedras, temos paus, temos ferros, não deixemos mais que esta cambada de meninos mimados que nunca trabalharam na puta da vida, mentira o passos coelho trabalhou para o amigo Ângelo e para a tecnoforma, cambada de inaptos, cambada de inúteis, só aí estão regalados com as vossas infames mordomias porque deixamos, somos mansos, como atrás já disse mas pode ser que um dia destes que espero breve o deixemos de o ser e os corramos a pontapé para a vala comum que é não só o vosso destino mas o vosso lugar, acordai portugueses façamos das nossas mãos armas e corramos com toda esta imberbe canalhada. http://youtu.be/I-QaJRbzUnE

E, ao cogitar, dei comigo em o 'Porto de Abrigo'

Já não sei o que se passa comigo, uma vez que cada dia que por mim passa encurto o tempo que terei para chegar ao fim da minha vida terrena, que outra não conheço, mas que ‘afortunados’ dela me fazem eco: com iluminuras e outras considerações, quiçá, sem dela também nada saberem, penso eu.
Portanto, o meu desassossego está a atingir os limites do admissível que eu levianamente admiti para tormento meu, uma vez que posso deitar tudo a perder, pois as rotações do meu natural propulsor já há muito que entraram no vermelho. E o curioso de tal questão altamente rotativa é que por mais que desacelere nada de mim obedece; comporta-se como um fogoso corcel tomando impetuosamente o freio nos dentes: vai tudo em frente e incontrolavelmente perdido, talvez estarei.
E, assim, já nem sei se terei ultrapassado a barreira do som ou a velocidade da luz a caminho não sei de quê. Mas que a luz me atrai, lá isso atrai, para, assim, me cegar finalmente.
 
E assim cogitando numa viagem de pouco mais de cem quilómetros, eu próprio conduzindo a viatura a caminho do interior da nossa portugalidade, onde os vagidos de quem nasce são cada vez menos e as lamentações são cada vez mais, dei comigo a ouvir um programa radiofónico chamado ‘Porto de Abrigo’, que penso nunca ter ouvido, ou já o tinha em estado premonitório?
Todavia, preso aos testemunhos de quem nele entrava no ar via telefone, logo me pareceram familiares as narrativas de tais radiouvintes falantes.
Então, constatei que o ‘choro do povo’ era genuíno e os exemplos dados eram verdadeiros e cruamente assertivos.
Só é pena que sejam somente os deserdados da vida, que o poder tornou ainda mais madrasta, a escutar tais lamentações.
Assim, o círculo encerra-se, uma vez que as corjas que lhes/nos deram cabo da vida não sintonizam tais rádios, não escutando, pois as suas/nossas mais profundas indignações.
 
José Amaral

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Os novos Vacos da Gama

Santana-Maia Leonardo - Público de 26-10-2014
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Portugal é um país pequeno e com muitas limitações a todos os níveis, a começar logo pelos nossos governantes. Mas se, ao menos, tivéssemos consciência das nossas limitações, isso já seria um excelente ponto de partida para qualquer reforma ou iniciativa legislativa. Mas não.
Basta darem a um português a chave de um palheiro para ele se considerar automaticamente investido no comando da armada de Vasco da Gama. E ai de quem o tentar chamar à razão porque é logo rotulado de Velho do Restelo. E, então, quando esta gente se apanha sentada numa cadeira de ministro e com uma caneta na mão só podemos temer o pior.
Quando nos finais dos anos 80, em Viseu, um secretário de Estado da Educação teve o descaramento de comparar a reforma educativa de Roberto Carneiro à epopeia marítima de Vasco da Gama (se não havia de ser), eu só lhe disse o seguinte: "olhe à sua volta e responda-me com honestidade: O senhor acha que o Vasco da Gama se fazia ao mar com estes marinheiros? Com esta gente, as nossas naus afundavam logo à saída da barra."
O senhor secretário de Estado não me quis dar ouvidos, nem a plateia, e a reforma educativa de Roberto Carneiro foi naturalmente para o fundo à saída da barra onde ainda hoje se encontra.
No caso da nossa Justiça, ainda foi pior: a nossa Vasca da Gama carregou tanto as naus que elas afundaram todas sem sair do porto.
As grandes reformas sempre se fizeram por pequenos passos, seguindo o prudente e sábio princípio de que bom é inimigo do óptimo.
É óbvio que, num país civilizado, reformas com esta extensão e dimensão não deveria estar dependente do capricho de um qualquer Governo mas deveria exigir sempre um pacto de regime e muita prudência até para não termos de andar constantemente a renovar a frota à conta das experiências mal sucedidas de loucos que se tomam por Vasco da Gama.
Além disso, por muito complexados que sejam os nossos governantes, deve evitar-se sempre fazer copy paste de modelos estrangeiros porque as realidades e os povos são diferentes pelo que a mesma receita não produz necessariamente os mesmos resultados.
Veja-se o caso do mapa judiciário em que a ministra resolveu fazercopy paste do modelo holandês assente em 18 distritos judiciais. Ora, a realidade portuguesa não tem nada a ver com a realidade holandesa. A Holanda é um país do tamanho do Alentejo, densamente povoado e com uma grande coesão territorial, assente num modelo de desenvolvimento de cidades médias e com uma fabulosa rede de transportes públicos. Por sua vez, Portugal vai ter apenas 3 distritos judiciais na mesma área territorial onde a Holanda tem 18, é apenas densamente povoado numa pequena faixa litoral ao redor de Lisboa e Porto, sendo o maioria do seu território envelhecido, semi-desertificado e sem rede de transportes públicos, fruto de um modelo de desenvolvimento assente na Cidade Estado grega.
Ora, é óbvio que o modelo holandês é totalmente desadequado a um país como o nosso que exige, pelo contrário, um modelo diferenciado: um para as áreas metropolitanas de Lisboa - Porto, outro para a faixa litoral Lisboa - Porto e outro para o resto do país. Só uma pessoa que nunca saiu da área metropolitana de Lisboa é capaz de afirmar, sem se desatar a rir, que, com esta reforma, se pretende levar as especialidades ao interior do país???!!!....
Infelizmente as reformas que para aí se anunciam, designadamente, da lei eleitoral, sofrem do mesmo mal. Não tarda nada o país só tem deputados da área metropolitana de Lisboa e Porto, fruto dos círculos uninominais e do círculo nacional de correcção. Talvez seja altura de o Condado Lisbonense se autonomizar do resto do país e cada um seguir o seu caminho, num processo inverso ao da Reconquista cristã.

CDS, a consciência do grande capital


Os ministros e deputados do CDS tentam enganar a opinião pública e os eleitores, simulando que serão uma espécie de consciência social da coligação e do governo PSD/CDS, que se bateriam até às últimas consequências pela diminuição de impostos (IRS, IVA, etc.), em defesa dos portugueses que vivem dos seus salários e pensões.

Mas a verdade é que o CDS foi e é a consciência do grande capital, embora não precisando de efectuar grande esforço, num governo onde o PSD alinha pelos mesmos parâmetros,

Depois de brutais alterações na legislação laboral, como o roubo dos feriados, mais facilidades para despedimentos, redução no pagamento do trabalho extraordinário, congelamento durante três anos do salário mínimo e posterior e insuficiente actualização, acompanhada com bónus ao patronato à custa da Segurança Social, o CDS orgulha-se do seu grande êxito governamental de redução do IRC, primeiro de 25% para 23% (embora com ajuda do PS) e agora nova redução para os 21% (O.E. para 2015).


É de facto obra, em cerca dum ano passar o IRC de 25% para 21%, prestando um grande serviço e permitindo uma montanha de benefícios ao grande capital. Uma grande «superbockada» do ministro Pires de Lima, aplaudida por CDS e parceiro PSD. 

Se a vida é uma estalagem ...

Se Pessoa construiu uma nova pátria em sonho, para não se entristecer com a memória da pátria que perdera, eu próprio houvera sonhado que a minha pátria, nas suas entranhas, não tinha tanta malandragem que a si fizesse tanto mal como tem feito, e de tal tenho constatado nesta minha vivência terrena, escondendo, com alguma vergonha, na memória esta minha desilusão original.
Assim, se Pessoa compara a vida a uma estalagem onde todos temos de demorar até que chegue a diligência do abismo, eu mesmo me sinto em tal bafienta estalagem, num desassossego muito dorido, sem saber lá muito bem se será melhor entrar já para a diligência ou resignadamente esperar mais algum tempo, vivendo a desilusão do presente a caminho do fim da minha existência, que tudo de mim levará sem qualquer tipo de compaixão.

Nota: este texto vai ser publicado no METRO de 3/11

José Amaral

PRÓS E CONTRAS – EMBUSTE EM HORÁRIO NOBRE NO PAÍS DO FAZ DE CONTA

Confesso que não nutro grande simpatia pela Dra Fátima Campos Ferreira, nem lhe reconheço, sinceramente, grandes competências como moderadora de debates de grande dimensão. Contudo, tento abstrair-me desta minha pequena aversão, colocar na gaveta as minhas reservas e sempre que os temas do Prós e Contras me parecem ser prometedores e socialmente relevantes, vejo, ouço e escuto, com sentido critico mas também com toda a atenção. Tristemente o digo, salvo raríssimas exceções, a sensação com que fico no final dos debates é que estive cerca de duas horas a beber “copos cheios de coisa nenhuma”.

Assim sendo, perguntar-me-ão: porque vê?

Simples – vejo porque para ter direito ao contraditório a isso me obrigo – é uma questão de honestidade intelectual e sim, eu sei que é um termo em desuso e que já nem entra no vocabulário oficial, mas continua a ser um dos meus pilares de reflexão e posterior ação  quando é caso disso.

Mas voltemos ao dito programa. Poderia encontrar vários exemplos da fraquíssima qualidade e da superficialidade das abordagens, mas vou apenas referir os dois últimos debates  que vi : o dos professores e o desta semana , sobre violência doméstica. Depois de ver e digerir, a única coisa que se me ocorre dizer é : que pobreza meu Deus…

Eu sei que a senhora está num canal público e não se pode “esticar” porque arrisca-se a perder o emprego, mas a leveza e falta de assertividade, a falta de consistência e não sei se o medo, ou se a incapacidade de ir ao cerne das questões é confrangedora de tal forma que chego a colocar a mim mesma a questão, se sou eu que estou a ver mal, ou este programa é cada vez mais uma feira de vaidades, onde os convidados vão para ter os seus 15 minutos de fama porque podem expor os seus méritos nas abordagens que fazem das problemáticas em questão e nunca verdadeiramente para pôr o dedo na ferida. Normalmente as intervenções mais contundentes saem do público e não dos convidados e são rapidamente silenciados para que o “vírus” não alastre.

Vamos a dois exemplos para ilustrar a minha visão da coisa, que pode estar completamente errada, mas é a minha e assumo-a na íntegra.

No dia do debate sobre o problema da colocação dos professores, falou-se de tudo menos do essencial no problema da educação em Portugal. Para aguçar o apetite o programa começou com um “doce” – o diretor de um agrupamento ( do público, claro ) que teve a coragem de bater com a porta e disse porquê, e terminou com outro “doce”, com a intervenção de, novamente alguém do publico, que tentou colocar o dedo na ferida ao abordar a  não existência de paradigma educativo consistente e estruturado ,a não existência de um modelo e sobretudo a não existência uma escola virada para a sociedade, a não ser no papel. A apregoada autonomia das escolas é uma treta e nunca será uma realidade enquanto se “parirem” modelos educativos ao sabor das “paixões” ( ou melhor dizendo , dos “cifrões” ) e sempre numa lógica de conteúdos e não de competências.

Todo o resto do programa foi palha, alimentos de egos e propaganda pura e dura, de um sistema que se sabe estar errado, mas no qual se insiste de forma cega e surda.

 Se existe coisa que me choca, enquanto mãe e enquanto cidadã é a forma selvagem como é incentivada a competição entre os alunos nas escolas desde os primeiros anos, competição que raia a crueldade em muitos casos e é completamente alimentada pelos agrupamentos cuja preocupação fundamental é o ranking das suas escolas e não os cidadãos que ajuda a formar.

E por favor, não me venham dizer que a escola estimula e promove a criatividade a livre discussão das ideias e o questionamento porque, salvo raras e honrosas exceções que saúdo com a devida vénia até porque conheço alguns(mas) resistentes, isso não é verdade.

Na generalidade a escola formata e ostraciza os que ousam questionar e pensar – sei-o porque o vivi, enquanto aluna e enquanto mãe, mas sinceramente, prefiro de longe ter filhos que não foram quadros de “mérito” mas pensam e questionam o mundo em que vivem, do que serem uns vendidos ao sistema apenas para terem sucesso. Prefiro de longe que tenham sido castigados na escola por terem sido solidários do que por terem sido indiferentes ao sofrimentos dos outros; que tenham tido negativas por terem ousado por em causa a relevância pedagógica, social e humana de determinada abordagem, do que tenham ficado calados só para conseguirem a nota ao final do período que lhes permitiria estar entre os notáveis ( ocos e apáticos em muitos casos, mas notáveis porque “enquadradinhos” naquilo que a sociedade espera deles…).

Ora bem dir-me-ão vocês, mas o que é que isto tem a ver com a violência doméstica? E eu direi …muito mais do que aparentemente possa parecer. É uma questão cultural, de educação para a cidadania, de respeito pelo outro, na sua essência e na sua integridade física e emocional. A igualdade e respeito de género educa-se, de preferência desde bem cedo e a escola tem também um papel crucial nessa matéria, ou pelo menos deveria ter, na minha modesta opinião.

Infelizmente Portugal, apesar da enorme mudança de atitude sobretudo a nível legislativo, é um dos países do mundo dito civilizado, que durante séculos, não só legitimou a violência de género com fundamentação legal a suportá-la, como a alimentou, pela forma direta ou subliminar como recusava à mulher o estatuto de cidadã de pleno direito, não só no exercício do voto, como no acesso à educação, ao emprego e à forma como o seu trabalho era e é remunerado. A subserviência ao homem ( marido, companheiro, patrão ) faz parte da matriz sociológica portuguesa e não é por se criar legislação muito avançada que se mudam décadas de mentalidades que trazem a violência encrustrada no seu ADN.

O debate a que assisti na passada segunda feira , no dizer da moderadora e passo a citar – “ o maior e mais alargado espaço de reflexão sobre violência doméstica feito até hoje no nosso país “, deixou-me na pele o sabor amargo da traição às vítimas. A matriz do programa foi a mesma do que referi anteriormente – um painel cheio de altas individualidades, alegadamente a trabalhar em rede e em parceria no combate a este flagelo que só este ano já fez 27 vítimas mortais. Algumas vítimas deram a “voz”, a maioria de rosto tapado e voz distorcida, acompanhadas ou não de mecanismos de apoio como a teleassistência à vitima e o recuso às casas de Abrigo da APAV e da UMAR – vitimas à anos a viver uma “não-vida”.

Depois de os ouvir a todos, inclusive uma jovem vitima colateral de um histórico familiar de violência sobre a mãe, que felizmente não culminou no pior cenário, a sensação que fiquei é que independentemente dos ditos avanços da legislação e das parcerias das redes institucionais - tutela, ministério público, saúde, polícias, associações, independentemente do problema ser crime público e todos termos voto na matéria, o sistema não é eficaz e o agressor continua a estar em vantagem, mesmo que condenado e a cumprir pena.

Como é possível que passem anos a fio de queixas sem consequências, que as vítimas, mesmo as que estão a ser ajudadas, estejam obrigadas a viver aquela “ não-vida”, escondidas, anónimas, aterrorizadas e os agressores quando são condenados ( o que é raro ) saiam por bom comportamento e quando em precária reincidam, não exista intervenção imediata das autoridades?

Como é possível que a dúvida de conduta recaia sempre sobre a (o) agredido e o benefício da dúvida sobre o(a) agressor(a)? Quantas mais pessoas terão que morrer para deixarmos de ser cínicos e hipócritas?

A violência doméstica é um crime hediondo, na maioria dos casos silencioso mas com inúmeros sinais de alerta já sobejamente conhecidos. Quando se torna público e as vítimas pedem ajuda, como e porque é que a nossa tão avançada legislação e as nossas redes tão “oleadas” não respondem com prontidão?

Entre a passada segunda-feira e hoje passaram dois dias e morreram mais duas mulheres. Uma quis, mais uma vez apresentar queixa às autoridades e foi impedida “ porque já não era hora e iam entrar em fim de semana. Teria que esperar por segunda-feira…” – Infelizmente não viveu para contar... Este episódio que ouvi ontem incrédula num dos jornais nacionais, só vem corroborar a minha indignação em relação à forma como este tipo de debates se fazem no nosso país e desmonta todas as pseudo boas intenções de informar e alertar a população para a necessidade da denúncia atempada e precoce. A realidade é bem mais a preto e branco do que o colorido ecran do auditório da fundação Champalimaud.

Haja seriedade e caso não consigam…pelo menos tenham vergonha de vir para o grande écran apregoar moral e boas práticas que só existem no papel. Haja coragem de dizer que nesta matéria ainda está quase tudo por fazer em Portugal, a começar pelas mentalidades dos legisladores e pela coragem reformista de realmente punir com celeridade, quem maltrata desta forma. Bastou ouvir as vítimas para perceber isso mesmo.

Nunca me ouvirão a defender que os agressores não devem ser objeto de estudo e possibilidade de reinserção, mas por amor da santa, não desvalorizem quem efetivamente é o elo mais fraco deste paradigma, de difícil resolução sem dúvida, mas a necessitar de firmeza e determinação.
É que, de boas intenções está o inferno cheio e ser agressor em Portugal, continua a compensar e de que maneira.

Mais uma vez na passada segunda feira, vi o Prós e Contras e tive vergonha de ser portuguesa, ( exceção feita à APAV , à UMAV e às corajosas vítimas que lá se deslocaram ), mas ver o programa foi o alimento para mais uma vez…denunciar. Pode não servir de nada, mas como cidadã sinto que cumpri o meu dever.

27 mortes só este ano.

Até quando permitiremos que isto continue? Mas mais ainda – o que pode o cidadão comum, por muito proactivo que queira ser nesta matéria, fazer, quando institucionalmente choca com paredes, portas fechadas e quantas vezes com enormes doses de arrogância e preconceito?

Fica a pergunta… o desafio e já agora o apelo – os portugueses merecem maior seriedade intelectual na abordagem dos problemas que afligem a nossa sociedade. Se é só para fazer de conta…não vale mesmo a pena.

Graça Costa

Socióloga

PARA QUANDO O CONCÍLIO VATICANO II DOS PARTIDOS POLÍTICOS?

Desde os dois últimos atos eleitorais em Portugal, e depois de ter exercido o meu direito de veto aos partidos políticos, pois tenho-me incluído no partido dos votos brancos e nulos (não por opção mas por falta das mesmas), exigi a mim mesmo fazer umas reflexões algo críticas e, porventura, criticáveis, tendo contado com a inestimável ajuda de vários comentários e opiniões que se fizeram na nossa praça… Um desses comentários foi de Paulo Rangel.
Afirmou Rangel que “os partidos estão demasiado centrados em si próprios, nos seus dramas internos e nas carreiras dos seus dirigentes”.
É interessante olhar como o exemplo e as palavras do Papa Francisco começam a dar frutos, não apenas na Igreja, mas nas “periferias”, na comunidade em geral, também, na comunidade política.
Estaremos em Portugal perante uma espécie de “CONCÍLIO VATICANO II DOS PARTIDOS POLÍTICOS”?
O pontapé de saída já ocorreu e será que o PS vai ganhar o novo jogo por falta de comparência do PSD e do CDS? De coligação ninguém quer falar, porque será?
Era no mínimo lamentável e pouco inteligente da parte de Pedro e Paulo, homens inteligentes, sagazes (e poderia continuar o elenco de várias qualidades que abrevio para não ser maçador), mas serão eles suficientemente valentes e desprendidos de si mesmos e dos cargos que ainda ocupam para se unirem em torno de novos protagonistas que possam emergir do seio dos partidos que lideram e “servem” para disputar a vitória, quiçá, alcançável nas próximas eleições legislativas, desde que não antecipadas…
Acho que o nosso PR não dará a Costa o que tentou dar a Seguro há uns meses, ainda que a contragosto e forçadamente, que Seguro, coitado, não soube aproveitar. Sim, porque o nosso PR não gosta de fazer a marotice que Sampaio fez com Santana.
Ai se o Seguro soubesse o que viria a seguir… Costuma dizer a sabedoria popular que a sorte protege os audazes. E Seguro foi pouco audaz.
Talvez o pedido subjacente a este artigo seja demasiado heroico e patriótico para Pedro e Paulo.
Mas, não fica mal a um republicano (que também sou) aprender de vez em quando com a Monarquia, da Holanda, passando pela Bélgica, até chegar à vizinha Espanha. Há que saber interpretar os sinais dos tempos…
Pedro, esse gesto, próprio de perfil de estadista que tens e que o reconheço (o episódio da demissão irrevogável de Paulo foi prova inequívoca disso), poderia ser a via verde para daqui a 10 anos sonhares com uma candidatura presidencial com o apoio, vê lá tu, Pedro, do líder que apoiaste em 2015, já que não queres que seja o Rui (Rio, claro), pelo menos que seja a Maria Luís (é competente e é mulher). O que te parece? Olha, que daqui a 10 anos, nós os portugueses já estaremos reconciliados contigo Pedro. Será a recompensa por tão nobre gesto de lucidez e desprendimento (que sei também que tens, pois as férias na Manta Rota também o refletem. Eu próprio passei férias lá perto).
Teremos estadista para isso? Teremos líderes patriotas moderados e moderadores que nos mobilizem e se mobilizem para a década, sejam eles quem forem? Porque homens e mulheres, Povo, já o demonstrámos que temos…
O que é feito do PSD pluralista, dos valores que inspiraram os seus pais fundadores, mormente Sá Carneiro, e que saudades tenho das águas sempre agitadas das diferentes correntes de opinião e pensamento que sempre existiram no PSD e que estão no seu ADN… Confesso que me irrita solenemente o pensamento único e a falta de alternativa política dentro do PPD/PSD. Até quando? Até levar uma tareia nas legislativas, aposto!
Gostava de aproveitar para cumprimentar os colaboradores da Voz da Girafa, em particular a colega Céu Mota.

E se as Ilhas Britânicas fossem no Mediterrâneo?






Poucas coisas  chocam hoje em dia as pessoas. Os duches diários que tomamos de imagens violentas e bárbaras, imunizou-nos contra as atitudes infames, os actos infames, as consequências e os dramas infames.

Esta espécie de adormecimento colectivo não deixa de ser uma protecção que as nossas consciências vão tecendo para nos defenderem. De outra maneira – ingénuos - não aguentaríamos por muito tempo  em sanidade mental,  as vilanagens deste mundo.

Pessoalmente, hipocrisia e cinismo (quase sempre de mãos dadas) são os traços de carácter mais hediondos que habitam os corredores frívolos de algumas mentes humanas. Porque revestem-se de um exterior de veludo, agradável ao toque, quando escondem por dentro  essências do Mal.

Morrem diariamente no mar Meditterrâneo – lindo lago para passeios românticos ou de lazer, com um copo de gin na mão, na amurada de um paquete de luxo – seres com uma morte horrível por asfixia e afogamento,  cujo único desvario que se lhes pode apontar, era o de quererem a liberdade e sobreviverem com um pouco de dignidade nos países dos seus sonhos de televisão.

Os europeus olham para o lado e assobiam. Os italianos e poucos mais  vão dando uma mão, fazendo o que podem.

Os saxões, porque são qualquer coisa só sua, e nunca foram verdadeiramente europeus – querem lá eles saber de um grande espaço de união dos europeus – acham que se devem musculadamente fechar as terras e os mares , impedindo uma invasão desses seres , que nem sequer são bem humanos.

As memórias são tão curtas! No século passado e por duas vezes, o mundo ocidental à custa de centenas de navios afundados e de  milhares de mortos, salvou as Ilhas Britânicas de morrerem à fome e ao  colapso  impedindo o bloqueio e o cerco dos alemães.

Hoje, alguns desses ilhéus, na soberba dos seus paletós  riscados e chapéus que entretanto se tornaram ridículos,  debitam essas infâmias.

É esta a minha notícia chocante da semana!

a comissão de inquérito machete

Rui Machete acabou por desafiar o Parlamento sobre as suas declarações a respeito de portugueses que pululam no chamado Estado Islâmico. Venha daí, pois, a Comissão de Inquérito, desafia o ministro. A oposição, impulsionadora burilenta da reunião, tem depois estes paradoxos: a reunião será realizada de portas abertas. Mas... afinal... já não entendo nada... A matéria em análise da comissão de inquérito prende-se, sobretudo, com matéria muito sensível para a vida dos portugueses que por lá andam e que deram já ensejos de regressar à pátria-mãe. Logo, este mesmo propósito deveria ser a razão primeira para a comissão se realizar com as portas não só fechadas mas trancadíssimas. Afinal, estamos ou não estamos preocupados com esses incautos jovens? Por outro lado, tudo isto poderá até vir a ser útil para os futuros jovens que pretendem adquirir um protagonismo néscio com incursões deste tipo. A partir de agora, sabem que em Portugal existe um departamento de contrainformação poderoso. Não estão, pois, seguros por lá... Portugal pode até ser, neste ingular caso caseiro, um ponto de partida para este tipo de migração. Machete e companhia não dormem!

Tenho andado muito ensimesmado

Nos últimos tempos, e após o inesperado mas já esperado e desejado 25 de Abril de 1974, tenho andado muito ensimesmado com a rota escandalosa que vai grassando e engrossando na nossa mui querida Pátria no que toca ao constante regabofe de uns quantos ‘iluminados’ e ao retrocesso social e civilizacional de milhões de compatriotas.
Não quero com isto dizer que tudo foi mau ao longo dos últimos quarenta anos. O País ficou mais colorido e apelativo, banindo-se assim a cor cinzenta do regime com um sistema encimado por uma ‘União Nacional’ tão fétida como o cheiro nauseabundo dos vendilhões pátrios de hoje que nos endividaram até aos anos de 2035, prolongando-se até 2042, cem anos depois de eu ter nascido.
Veja-se pois o que tais salafrários nos fizeram e quantas mais gerações sacrificaram, hipotecando-as.
E, quando mais um senhor chamado Horta Osório nos vem falar de cátedra - quiçá de maus exemplos – afirmando escandalosamente e sem um pingo de vergonha de que não podemos continuar a viver acima das nossas possibilidades, ou de como não podemos viver como temos vivido, PERGUNTO-LHE:
1 – Foi o Povo que levianamente assim procedeu: roubando bancos, abatendo as frotas pesqueiras, destruindo a pouca indústria que havia, mandando erigir obras faraónicas, pondo o seu pecúlio em paraísos fiscais?
2 – Foram as ‘astronómicas’  prestações sociais ‘esbanjadas’ com os mais desfavorecidos que deitaram tudo a perder e o País a arder?
3 – Foi o ‘elevadíssimo’ rendimento mínimo garantido que nos pôs a pedir esmola, ou não terá sido o fabuloso rendimento máximo garantido dado às elites, aos administradores e a todos os saqueadores de bancos e de empresas altamente lucrativas que puseram Portugal de rastos?


José Amaral

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

RELATÓRIO DA OCDE SOBRE PORTUGAL






È triste e demais demagogo e muito preocupante, “quiçá” imoral, com que é apresentado o relatório da OCDE-Organização p/a Cooperação e Desenvolvimento Económico sobre Portugal, bem à medida e ao gosto e interesses deste des(Governo), que esfrega as mãos (sujas) de contentes. Então não é que esta organização está mais preocupada a que este Portugal completamente de tanga e há muitos anos completamente à beira de um abismo e um grande colapso económico, devido a vários factores, entre outros e o principal, ao mais terrível que é o devastador desemprego que tem atingido muitos de nós. E o referido relatório que cita, que tenha a acima de tudo, que reduzir, em especial o número dos funcionários públicos, os professores e os polícias, (coisas; “classes-profissionais”, aliás mais fáceis de resolver e abater), do que em contrapartida apresentar uma proposta mais séria e mais coerente como o de reduzir drasticamente o número de deputados, neste País, do faz-de-conta, que se passeiam sem preocupações, (queria escrever e afirmar), que estão sentados descansadamente em pleno hemiciclo da Assembleia da República, me especial como aqueles alunos, cabulas que se sentam nas salas de aulas nas cadeiras dos últimos lugares, para assim passarem de despercebidos e que no final de meia dúzia de anos de serviços prestados “A Bem da Nação” trazem e sacam boas e chorudas reformas. Alguns, desses deputados que se dão ao luxo de terem tempo para lerem descansadamente os jornais do dia, outros que adormecem em plenas discussões, outros, com as orelhas pegadas aos telemóveis e outros somente fazendo o triste papel de corpo presente, para somente, para levantarem o “bracinho”, quando à ordem do chefe de bancada, para aprovação de qualquer decreto-lei para conveniência partidária. O relatório da dita OCDE, não se preocupa, por exemplo com o elevado número de altas patentes militares, que nada “fazem”, neste nosso “burgo”, nem sequer aquando nas épocas mais terríveis de incêndios que têm devastado este país, são incapazes de saírem dos seus confortáveis e luxuosos gabinetes de ar condicionado e darem uma mãozinha em prol e ajuda das populações em muitos casos completamente indefesas. Estas últimas classes, de deputados e militares, estes sim são uns autênticos parasitas e chagas em "sangue" deste país, e completamente ignorados no relatório da OCDE.


(Texto-opinião publicado na edição Nrº. 45348 do Diário de Notícias da Madeira de 30 de  Outubro de 2014) 

Mário da Silva Jesus


Três bancos portugueses ...

Três bancos portugueses, um público – o único – e dois privados, foram sujeitos a um ‘teste de stress’ pelo BCE, sendo que um dos privados chumbou em tal exame, retroagido a finais de 2013, uma vez que, na referida altura temporal, não tinha solvabilidade financeira suficiente para enfrentar uma inesperada ‘taxa de esforço’.
E o porta-voz de tal infortúnio foi, nada mais nada menos, o cidadão português Vítor Constâncio, o mesmo concidadão que num passado muito recente não teve quem, de entre os seus bem pagos pares, o alertasse para o criminoso surripianço que os ‘donos’ do BPN perpetraram dentro de portas, deixando-nos numa situação financeira altamente melindrosa.
Também o seu actual sucedâneo do BdP nada de dúbio notou no eclipsado BES, pelo que, agora, tal líder regulador está no bom caminho de, ao abrigo de uma fofa ‘almofada doutrinal’, poder vir a ser colocado no mesmo BCE para descanso seu, enquanto nós é que continuamos ultra stressados para lá dos limites das nossas pobres e saqueadas bolsas.


José Amaral

domingo, 26 de outubro de 2014

Fiscalidade verde (DN - 26.10.2014)


Como é evidente tudo o que se relaciona, de facto, com a fiscalidade verde poderia ter que implicar a criação de novos impostos que fossem inibidores do uso e abuso - actual - de certos produtos/serviços que dão cabo da natureza, da Terra, do espaço onde vivemos.

A Terra, tendo recursos limitados e a população mundial continuando a crescer, não havendo cuidados não vai chegar “em condições” para todos, para além do mal que nos vai fazendo enquanto vivos, a vários níveis de saúde, poluição e menos qualidade de vida.

Assisti em Serralves no Verão passado a uma Conferência, sobre as razões para a criação da fiscalidade verde, promovida pelos autores do trabalho feito para o Executivo- ainda em funções – e percebeu-se que a intenção não era unicamente, pelos autores, aumentar impostos, mas apenas tratar do tema concreto da poluição da Terra, e dos estragos continuados e irreversíveis que nela andamos a fazer, e como o “parar”, mesmo que tendo que punir, que tornar mais dispendioso, para ser evitado.

Agora, a fiscalidade verde é-nos apresentada única e exclusivamente como a forma deste Executivo - e por isso pelo mesmo, é apresentada - ir “arranjar” a substituição dos impostos que bem ou mal o Tribunal Constitucional vetou, por outros.

Ou seja, sobrecarregam-se com impostos os sacos plásticos -que sem dúvidas são poluidores, mas não há explicações como os poupar sem impostos, não convém- sobrecarregam-se de impostos já imensos, os combustíveis, sem haver bons transportes colectivos – e o próprio Executivo nos mostrar como, não circula, em tantas viaturas individuais, oficiais, nossas - e uma mentalização para os mesmos.

Se em vez “disto” fosse feita uma verdadeira política sensibilizadora- algo que a grande maioria de todos os nossos políticos, nem sabe fazer -para protegermos o Planeta, para entendermos que utilizar menos sacos plásticos, usar menos o automóvel privado só por comodismo e em pequeníssimas deslocações.

Mas, seria uma grande tragédia, uma vez que a incidência sobre o que vão recair estes novos impostos “verdes” iria diminuir, e não criaria os ditos, para substituir os outros, neste Orçamento agora aprovado, a vir a ter mais uma dúzia de Rectificativos.

E, a consciência da melhor preservação ambiental faria ainda mais aumentar o défice e a dívida, de um Executivo que os aumentou em vez de diminuir, sem nos explicar como.

Quando, teremos políticos e políticas empenhadas e dignas, neste nosso País?

Augusto Küttner de Magalhães

 

Portugal: futuro próximo


Casas de luxo

A falta de casas de luxo

Estou mesmo preocupada com as noticias que nos chegam na comunicação social sobre a falta de casas de luxo para satisfazer as necessidades dos estrangeiros (e de alguns portugueses). É mesmo um grande e grave problema. Como foi possível que este país chegasse a isto. Assim os estrangeiros não investem nesta país de sol, ondas e gente feliz.
Mas aqui perto de Lisboa, em Algés, por exemplo há andares de luxo junto à marginal, com uma bela vista sobre o Tejo que até têm piscina no telhado e também, junto à rotunda que une Lisboa a esta Vila, há mais uns com vistas largas dominando os horizontes do estuário do nosso principal rio.   

Publicado em 26/10/2014 no Diário de Noticias


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

o machete

Rui Machete é um desastre como ministro do que quer que seja, como foi enquanto presidente da Fundação Luso-Americana, como eventualmente fora como ocupante de qualquer cargo de interesse público (não confundir com partidário). O episódio da entrevista à rádio pública de Angola, na qual revelou, episodicamente, uma espécie de relato apaziguador das investigações feitas em Portugal sobre personalidades angolanas, constituiu um irrevogável ato de estupidez. O homem não foi despedido, pediu desculpas e o Governo prosseguiu a sua credível senda de nos proporcionar uma avaliação cada vez mais negativa da política e da República. O caso agora em apreço, em que o sr. Rui Machete diz duas ou três costumeiras banalidades, entre as quais tem a "ousadia" de pronunciar o denominativo estado islâmico, acompanhando-o de duas ou três referências a pobres portugueses com vontade de regressar a torrão pátrio, não me parece coisa de grande monta. A não ser que o desbocado homem tenha, off the record, teorizado as suas habituais necedades. Daí que não vejo razão para tanto alarmismo nem sequer para despedir o homem. É minha convicção que, no atual estado da arte governativa, o melhor é deixar apodrecer. O tempo da monda já passou.

Ando muito desassossegado

Ando muito desassossegado. Com tudo que sinto, que ouço, que vejo, que penso, chegando mesmo a pensar que certamente não estou a raciocinar bem, não interpretando racionalmente o que vou embebendo.
Assim, o que pensar sobre o que um ‘pensador’ descompensado teve o despudor intelectual de ter afirmado – num programa televisivo acerca dos maus comportamentos na Banca, eufemismo de roubo de milhões – que não se deve ‘pôr todos os ovos na mesma cesta’! Só se voltarmos ao ‘debaixo do colchão’?
Com o mesmo sinal de exclamação fiquei marcado, quando Freitas do Amaral confessou em mais um ‘púlpito’ televisivo, que todos nós - míseros contribuintes à força e quase na forca – vamos pagar muito mais pelo roubado BES do que pagamos pelo saqueado BPN!
Então para que serve termos um sector público e outro privado? O público cobre o privado, enquanto o privado serve os acionista e as administrações com os lucros e despeja os prejuízos no público!
E, de exclamação em exclamação já nem sei que diga, pois chego a pensar que posso vir a perder a razão com tanta exaltação.

José Amaral


Ecos do souto da minha vida

Estamos na época do apanhamento da castanha. E eu - mergulhado num pequeno souto e no silêncio aberto do bosque - dou comigo no meio do restolho orvalhado como se estivesse numa maternidade a assistir e activamente participar em partos, vendo os ouriços vaginais arreganhados expulsando as crias – as castanhas.
E eu, carinhosamente, colhi imensas castanhas, as filhas dos castanheiros do souto da minha vida, que outrora foi pertença dos meus queridos antepassados.


José Amaral

O Kevin de lá e o Kevin de cá

O atacante ao Parlamento Canadense foi morto por Kevin Vickers, veterano de 58 anos, sargento de armas da Casa dos Comuns, o qual foi imediatamente condecorado por tal feito e considerado um novo herói do Canadá.
O referido veterano - vigilante da sua própria invadida casa - ficou muto emocionado durante a cerimónia de condecoração.
Assim, o Canadá tem um novo herói; mas, se fosse cá, uma comissão de inquérito seria arregimentada para se averiguar se o Kevin Português não teria usado armamento desproporcional para neutralizar o intruso, bem como seria suspenso das funções até tudo se apurar, enquanto o morto teria honras, quiçá militares, com um salva de tiros não usados na refrega.


José Amaral

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O nosso Mundo

Tempos de confusão

Isto não está a ser fácil. Mesmo nas pequenas coisas há uma certa sensação que o mundo está de pernas para o ar.
Muitas empresas e bancos têm campanhas de sensibilização para termos facturas e extractos electrónicos e para evitar talões pois é uma maneira de pouparmos papel e portanto árvores. Mas, entretanto, o nosso governo quer facturas por tudo e por nada e para nos motivar até sorteia carros de altíssima gama. E também temos a caixa do correio cheia de folhetos a anunciar os produtos em venda, produtos que todas as semanas mudam de preços. Por um lado são montes de papel (e árvores) que os outros dizem para pouparmos e alguns distribuem aos montes. Aqui uma pausa: claro que estes folhetos dão trabalho a alguma gente.
Depois temos as campanhas para nos sensibilizar a não lavar a loiça ou roupa peça a peça com água corrente e até os dentes devem ser lavados com a ajuda de um copo para não se desperdiçar um bem escasso. Mas depois até os bombeiros andam a tomar banhos em nome duma angariação de fundos que podia ter outra maneira de sensibilizar os exibicionistas.
Agora está na moda decretar que as autarquias e outros serviços públicos devem despedir funcionários para diminuir as despesas do Estado. E lá vem uma data de gente para a rua, alguns com subsidio de desemprego outros que mais tarde ou mais cedo terão de ser ajudados por outros subsídios ou pelos cabazes de solidariedade. E nas repartições os que lá ficam acabam o dia exaustos e as pessoas levam imenso tempo para serem atendidas. E a aparente poupança nos orçamentos públicos acabam afundados nas parcelas do apoio social.
Há tanto tempo que não se via tantas ervas nos passeios que a tempo e hora não foram pulverizadas e com as novas chuvadas estão muito viçosas.á muito tempo que não se via tanto lixo nas ruas Há E os lixos, e as ruas por varrer?
  E esta peste de aumentar os horários? AH! É funcionário público é para trabalhar mais horas. Este aumento de horários é também uma maneira de responderem ao um “conceito” de menos trabalhadores e mais tarefas feitas. E para darem exemplo estão uma quantidade de horas a fazerem um orçamento que depois se verifica que para sair assim não precisava de tanto tempo pois é a mesma coisa de sempre.
Eles não sabem que no tempo que estamos cá neste mundo também precisamos de rir? Precisamos de olhar as flores e o azul do céu e ter tempo para os filhos e até para ver os programas infindáveis dos comentadores de futebol? Eles precisam de saber que o homem precisa de tempo para sonhar. Quem poderá explicar isso aos governantes?

Jornal Costa do Sol - "Palavras e Sonhos" - 22/10/2014