Desde os dois últimos atos eleitorais
em Portugal, e depois de ter exercido o meu direito de veto aos partidos
políticos, pois tenho-me incluído no partido dos votos brancos e nulos (não por
opção mas por falta das mesmas), exigi a mim mesmo fazer umas reflexões algo críticas
e, porventura, criticáveis, tendo contado com a inestimável ajuda de vários
comentários e opiniões que se fizeram na nossa praça… Um desses comentários foi
de Paulo Rangel.
Afirmou Rangel que “os partidos estão demasiado centrados em
si próprios, nos seus dramas internos e nas carreiras dos seus dirigentes”.
É interessante olhar como o exemplo e as palavras do Papa
Francisco começam a dar frutos, não apenas na Igreja, mas nas “periferias”, na
comunidade em geral, também, na comunidade política.
Estaremos em Portugal perante uma espécie de “CONCÍLIO
VATICANO II DOS PARTIDOS POLÍTICOS”?
O pontapé de saída já ocorreu e será que o PS vai ganhar o novo
jogo por falta de comparência do PSD e do CDS? De coligação ninguém quer falar,
porque será?
Era no mínimo lamentável e pouco inteligente da parte de
Pedro e Paulo, homens inteligentes, sagazes (e poderia continuar o elenco de várias
qualidades que abrevio para não ser maçador), mas serão eles suficientemente
valentes e desprendidos de si mesmos e dos cargos que ainda ocupam para se
unirem em torno de novos protagonistas que possam emergir do seio dos partidos que
lideram e “servem” para disputar a vitória, quiçá, alcançável nas próximas
eleições legislativas, desde que não antecipadas…
Acho que o nosso PR não dará a Costa o que tentou dar a
Seguro há uns meses, ainda que a contragosto e forçadamente, que Seguro,
coitado, não soube aproveitar. Sim, porque o nosso PR não gosta de fazer a
marotice que Sampaio fez com Santana.
Ai se o Seguro soubesse o que viria a seguir… Costuma dizer a
sabedoria popular que a sorte protege os audazes. E Seguro foi pouco audaz.
Talvez o pedido subjacente a este artigo seja demasiado
heroico e patriótico para Pedro e Paulo.
Mas, não fica mal a um republicano (que também sou) aprender
de vez em quando com a Monarquia, da Holanda, passando pela Bélgica, até chegar
à vizinha Espanha. Há que saber interpretar os sinais dos tempos…
Pedro, esse gesto, próprio de perfil de estadista que tens e
que o reconheço (o episódio da demissão irrevogável de Paulo foi prova inequívoca
disso), poderia ser a via verde para daqui a 10 anos sonhares com uma candidatura
presidencial com o apoio, vê lá tu, Pedro, do líder que apoiaste em 2015, já
que não queres que seja o Rui (Rio, claro), pelo menos que seja a Maria Luís (é
competente e é mulher). O que te parece? Olha, que daqui a 10 anos, nós os
portugueses já estaremos reconciliados contigo Pedro. Será a recompensa por tão
nobre gesto de lucidez e desprendimento (que sei também que tens, pois as
férias na Manta Rota também o refletem. Eu próprio passei férias lá perto).
Teremos estadista para isso? Teremos líderes patriotas moderados
e moderadores que nos mobilizem e se mobilizem para a década, sejam eles quem
forem? Porque homens e mulheres, Povo, já o demonstrámos que temos…
O que é feito do PSD pluralista, dos valores que inspiraram
os seus pais fundadores, mormente Sá Carneiro, e que saudades tenho das águas
sempre agitadas das diferentes correntes de opinião e pensamento que sempre existiram
no PSD e que estão no seu ADN… Confesso que me irrita solenemente o pensamento
único e a falta de alternativa política dentro do PPD/PSD. Até quando? Até
levar uma tareia nas legislativas, aposto!
Gostava de aproveitar para cumprimentar os colaboradores da Voz da Girafa, em particular a colega Céu Mota.
bem vindo de volta!!!!
ResponderEliminarAguardamos o seu próximo texto :)
Papa Francisco só há um. Se fosse possível haver mais, este não merecia o respeito e a veneração que por ele temos. Na verdade, estes homens que marcam a sociedade, são sempre únicos, porque não há dois iguais.
ResponderEliminar