Como gosto de ler, mormente tudo que se prende com notícias
do meu mau gerido país, dou comigo a rememorar coisas que li ou que me
aconteceram.
Assim, - ao ler que ‘para roubar 44 euros dão prejuízo de 4,8
milhões’, o Facas, pai do Faquinhas, em que ambos incendiaram três armazéns
para roubarem 11 quilos de sucata, para de
seguida ler também que um gangue de malfeitores, composto pelo Pongol, o Filipão, o
Mongolé e o Huguinho, espancavam a torto e a direito para roubar dinheiro,
telemóveis e bonés de marca, - veio-me à lembrança a bem humorada ‘Crónica dos
Bons Malandros’ do bem-disposto Mário Zambujal, com quem tive o privilégio de
estar, ele como jurado, e eu como concorrente no concurso televisivo ‘Quem
conta um conto …’/RTP1 (28/11/1994), ou lembrar-me do conteúdo do livro de
contos ‘O Fogo e as Cinzas' do saudoso Manuel da Fonseca, com quem também
privei (23/4/1985), pois usei o seu livro de contos para a minha participação
no concurso televisivo ‘Oito ou Oitenta’/RTP2.
Se as malfeitorias dos personagens dos livros acima não
passavam de simples ‘crónicas dos bons malandros’, no caso vertente vindo nos
jornais, são delituosas crónicas dos maus malandros contidos no quotidiano das
nossas vidas – por via popular -, ao invés da gentalha de alto coturno – logo
‘via erudita’ -, que não passam de autênticas malfeitores, certificados pelas
instituições estabelecidas, que pactuam e acobertam tais gentalhas que roubam
milhões e nada lhes acontece, pois a Justiça e o Poder andam com eles em
constante mancebia.
José Amaral
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