Num distendido exercício de filosofia de bolso, centrado no paralelismo "meninos ou frágeis plantas de hoje requerem bom trato para se tornarem responsáveis adultos no amanhã quais árvores firmes e sadias", tive a oportunidade de escutar realidades desesperantes. Uma criança, com quatro anos, a espetar um garfo no rosto de um colega da mesma idade, em plena refeição num jardim-de-infância; outra, com a mesma idade, a urinar para as pernas de um colega antes de entrar numa aula de natação; uma outra, de seis anos, a esfaquear a mão de um colega durante o almoço num estabelecimento do 1º ciclo. Casos semelhantes (seguramente que muitos outros haverá, de igual ou maior gravidade, pouco ou nada divulgados) sugerem-me uma sociedade que, não investindo em antídotos a uma brutalidade que vai grassando em sofisticação através de agentes de idade cada vez mais baixa (4 anos!), caminha para a decadência. Panorama assustador porque espelho de uma passividade generalizada e, mais grave, revelador de uma impotência colectiva na preparação de gerações expurgadas de violência. O que será de nós, portugueses, que não acusamos qualquer preocupação perante estes sinais de extrema gravidade? O que será destas jovens vítimas? E destes imberbes agressores? Para onde caminha Portugal?
Artur Bastos
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