Ouvi e vi de relance falarem na televisão de ‘Os Dias da Memória’,
acerca da participação de Portugal na 1ª Grande Guerra (1914-1918), em que se
pediam contributos para avivar esses tenebrosos dias.
E todos sabemos que foi na célebre Batalha de La Lys, em
Abril de 1918, na Região da Flandres, na Bélgica, que as tropas portuguesas compostas
por 20 000 militares foram esmagadas por forças alemãs com um efectivo de
55 000 homens e com muito melhor equipamento. Portanto, completamente impotentes
para suster tão desproporcionado embate, em que também as tropas britânicas contribuíram
decisivamente para o massacre e aniquilamento do Exército Português, comandado
pelo general Gomes da Costa, pois nada fizeram – traindo o acordado - para
cobrirem os flancos do Corpo Expedicionário Português perante as oito bem equipadas
divisões do 6º Exército Alemão, sendo este desaire a maior catástrofe militar
portuguesa depois da Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
Em apenas quatro horas de batalha tão desigual e sem o apoio
britânico, as atraiçoadas tropas portuguesas, entre mortos, feridos,
desaparecidos e prisioneiros, perderam 7 500 homens, entre os quais 327
oficiais.
Conheci dois desses militares que regressaram. Tinha eu os
meus 7 ou 8 anos. Um deles era o senhor Zé Maria, que morava na Praça da minha
aldeia. Quase todos os dias, pela manhã, passava à minha porta a caminho do
hospital concelhio que ficava perto de minha casa, sempre a pigarrear muito
alto, pois ficou contaminado pelos gaseamentos das forças alemãs.
O outro militar era o senhor Correia, que vivia no Lugar das
Quelhas, o qual tinha uma côncava cicatriz no meio do queixo, provocada por uma
bala.
Portanto, aqui a todos deixo o meu pobre mas vero contributo
para que a História nunca seja olvidada.
Texto também publicado, em 20/10, no blogue ovar novos rumos, em carta de V.N. de Gaia
Texto também publicado, em 20/10, no blogue ovar novos rumos, em carta de V.N. de Gaia
José Amaral
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