Poucas
coisas chocam hoje em dia as pessoas. Os
duches diários que tomamos de imagens violentas e bárbaras, imunizou-nos contra
as atitudes infames, os actos infames, as consequências e os dramas infames.
Esta espécie
de adormecimento colectivo não deixa de ser uma protecção que as nossas
consciências vão tecendo para nos defenderem. De outra maneira – ingénuos - não
aguentaríamos por muito tempo em
sanidade mental, as vilanagens deste
mundo.
Pessoalmente,
hipocrisia e cinismo (quase sempre de mãos dadas) são os traços de carácter
mais hediondos que habitam os corredores frívolos de algumas mentes humanas.
Porque revestem-se de um exterior de veludo, agradável ao toque, quando
escondem por dentro essências do Mal.
Morrem
diariamente no mar Meditterrâneo – lindo lago para passeios românticos ou de
lazer, com um copo de gin na mão, na amurada de um paquete de luxo – seres com uma
morte horrível por asfixia e afogamento,
cujo único desvario que se lhes pode apontar, era o de quererem a
liberdade e sobreviverem com um pouco de dignidade nos países dos seus sonhos
de televisão.
Os europeus
olham para o lado e assobiam. Os italianos e poucos mais vão dando uma mão, fazendo o que podem.
Os saxões,
porque são qualquer coisa só sua, e nunca foram verdadeiramente europeus –
querem lá eles saber de um grande espaço de união dos europeus – acham que se
devem musculadamente fechar as terras e os mares , impedindo uma invasão desses
seres , que nem sequer são bem humanos.
As memórias
são tão curtas! No século passado e por duas vezes, o mundo ocidental à custa
de centenas de navios afundados e de milhares de mortos, salvou as Ilhas Britânicas
de morrerem à fome e ao colapso impedindo o bloqueio e o cerco dos alemães.
Hoje, alguns
desses ilhéus, na soberba dos seus paletós riscados e chapéus que entretanto se
tornaram ridículos, debitam essas infâmias.
É esta a
minha notícia chocante da semana!
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