Acaba de ser lançado a público e a título póstumo o livro Alabardas, Alabardas, Espingardas,
Espingardas, título completo, o qual não é mais nem menos de que um pequeníssimo trecho da obra Exortação da
Guerra, de Gil Vicente, a que o nosso consagrado Prémio Nobel José Saramago deu
por título ao seu inacabado romance.
E, sem me imiscuir demasiado no mundo interior de tão grande
pensador e escritor de renome mundial, penso que o então legado conteúdo, que
deu origem à obra literária que ora veio a lume, não estava terminado, isto é,
o texto foi ultimado por outros, que não o autor, que entretanto tinha falecido
a 18 de Junho de 2010.
Portanto, a incerteza do desfecho da obra persiste, tal como
o pecado original aspergido sobre todos nós, seres pensantes, todos iguais, mas
todos diferentes, com ‘mas’, com ‘sês’ ou ‘outros sins’, nem sempre
coincidentes.
José Amaral
A não ser com intuito comercial não se justifica esta edição, que nada adianta à obra de Saramago. A esperteza saloia também circula nas esferas do intelectual. O dinheiro acaba por destruir os valores.
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