Lá diz o ditado: casa onde não há ...

Fico cada vez mais desconfiado e até chocado quando ouço ‘especialistas de topo’ de tudo e de mais alguma coisa tentarem-nos impingir eufemistas solenidades de grande sapiência, de que Portugal é um país periférico – queriam colocá-lo aonde? –, pequeno e sem qualquer dimensão ou escala para competir com outros países nos mais diversos mercados internacionais.

No entanto, tais falantes auferem intramuros rendimentos iguais ou até superiores aos que são praticados nesses países que nos dão como exemplo a seguir.

E, sem se preocuparem com a fraca economia nacional, têm saqueado a nação até à exaustão e roubado tudo o que podem, sem que a Justiça – a doce amante de tais súcias – lhes faça finca-pé e os meta na ordem.

E, sem me alongar com ‘águas passadas’, foco-me nas últimas safardanices perpetradas contra a nossa secular Pátria e seus habitantes.

Assim, a Ana é comandada do exterior; a EDP tem os fusíveis na China; parte da Saúde e dos Seguros idem aspas; a TAP está na rota de lhes seguir o mesmo desgraçado caminho; o tsunami telecomandado no Grupo BES, com a salvação amiga dos principais mentores, vai cair novamente sobre os desgraçados que tudo têm aguentado em outras catástrofes financeiras; e a PT, em decadência acelerada, vai a caminho da mesma desgraceira desgovernamental.

Finalmente, o provérbio ‘casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão’, à luz de tais cangalheiros, passará a ter a seguinte redacção: ‘casa onde não há um só ladrão, todos a roubam e ninguém lhes deita a mão’.

Texto também publicado, em 20/10, no blogue ovar novos rumos, em carta de V.N. de Gaia

José Amaral