Um dos
problemas a que os portugueses se mostram mais renitentes é ao pragmatismo.
Frequentemente abandonam o que se revela útil, em busca de um ideal que se sabe
à partida que não se conseguirá atingir. A propósito do orçamento do Estado
para 2015 critica-se muito. Por exemplo, o facto de não prever a descida do IVA
na restauração. Quando este aumentou para os 23 % choveram inúmeras críticas de
todos os lados. Que era o fim do turismo, da restauração e que era um erro
colossal. Entretanto decorreu o período alto do turismo e o ano está quase no
fim. Segundo os próprios interessados foi um dos melhores anos de sempre para o
turismo e a restauração. No entanto, alguns continuam a bater na mesma tecla,
quando deviam estar satisfeitos por as desgraças previstas não terem
acontecido.
Também a falta
de previsão no orçamento para 2015 de apoios à classe média é muito referida.
Que com esses apoios se aumentaria o consumo interno e que com o aumento do
consumo interno se promoveria o desenvolvimento do país. Ora, ainda há poucos
anos nós tivemos uma classe média altamente valorizada: - com ordenados e pensões
acima da média, com benefícios fiscais, crédito fácil, etc. E o que aconteceu?
Aumentou de facto o consumo interno, mas à custa do endividamento e da
importação de bens e serviços estrangeiros. Houve episodicamente muita gente a
viver melhor, mas o desenvolvimento do país não aconteceu. O que é necessário é
que todos adotem posturas mais responsáveis perante as realidades do país.
Miguel Oliveira Rodrigues
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