Como simples adepto e meramente observador, deste lado de cá, do fenómeno que é sem dúvida o desporto rei, que é o futebol, e reconhecidamente assumido falhado total, e militante confesse de que como jogador de futebol, que não chegou a sê-lo, obviamente por falta total de talento e qualidade, apenas tentando e procurando impor, naquelas épocas, e somente por esses factos, banais e pela boa e grande vontade, a força, dedicação e o gosto que disponibilizava e à forte disponibilidade e vontade de poder jogar. Efectivamente, não tendo passado, somente pelos campeonatos distritais nas camadas jovens e somente isso e nada mais. Contudo e ao fim destes longos e frustrantes quarenta e cinco anos, só tenho a registar o facto do grande privilégio e o orgulho de ter ajudado a fundar no início da época de setenta, conjuntamente com os jovens da minha idade e da minha rua, o Clube Desportivo do Arco da Graça, não sendo porventura o total o "dono da bola”, mas por ser na altura o mais velho, era, como tal o capitão da equipa.
Como tal, não passei, nem sequer, pensem os meus leitores, que fui um jogador de futebol, não tendo passado de uma total mediania “franciscana”.
A minha escola do “pontapé da bola”, foi totalmente amadora e não tendo bebido porventura, infelizmente, qualquer ensinamento, por parte de qualquer técnico ou dirigente. Como tal não tive grandes nomes como treinadores que me tivessem ensinado, seja o que fosse acerca deste fenómeno que é o futebol, mas apenas um, e somente um, que registo com reconhecimento e saudade, que era o treinador dos juniores na época de 1970/71, no Clube Desportivo da Graça, o José Torres, (não, não era o "Bom Gigante"), mas sim outro grande gigante, que com a sua vontade, dedicação e amor que transmitia aquele clube, e àqueles miúdos, que acompanhava, de domingo a domingo, ele era o nosso dirigente, o nosso delegado, o nosso treinador, o nosso massagista, o nosso transportador dos equipamentos e o nosso grande e honesto amigo que jamais esquecerei, pelo correr anos da minha vida, que faço aqui a minha justa homenagem e merecedora.
Nessa época de 1970/71, em que disputamos o campeonato da 2a. Divisão distrital de juniores da Associação de Futebol de Lisboa, na série (que já não me lembro, porque estou um pouco “calão”, para ir procurar documentos da altura, e, que os guardo religiosamente, e que me possa justificar para tal afirmação), e, que ficámos como tal, na nossa série, nos últimos lugares (não digo o lugar por simples vergonha). Contudo não ouve, nessa altura, o que hoje acontece frequentemente, que é, como se chama, nos dias que correm, a dita “chicotada psicológica”, do nosso treinador, como hoje em dia e já alguns anos, que é lugar-comum, a dita sentença, por parte de alguns dirigentes, de muitos clubes da nossa “praça”, nos despedimento dos respectivos treinadores, quando as coisas não correm de feição, isto é, quando os resultados para os clubes não aparecem, o melhor que os dirigentes fazem é despir logo o treinador. É assim uma forma de justificação que encontram, perante os associados e adeptos, para manterem as “grandes aparências”, de serem os dirigentes ideais de um clube que está a ser bem gerido…despedir, acima de tudo, mas principalmente o sempre “desgraçado”, treinador.
Agora foi Domingos Paciência, treinador do clube sadino, do emblemático Vitória de Setúbal, nome grande do futebol nacional, devido aos maus resultados, que tem vindo a obter na I Liga, esta época, e igualmente está prestes e por um fio a sê-lo, Paulo Sérgio, da A. Académica de Coimbra. Treinadores que ninguém tenha qualquer dúvida, têm grandes qualidades, nos seus postos comando…
E para quando, e já é altura de isso acontecer, a devida “chicotada psicológica”, para alguns dirigentes, e alguns jogadores, estes igualmente das muitas vezes os maiores responsáveis pelos maus resultados obtidos pelas equipas a que representam, porque são estes que têm que dar o melhor de si, quando estão em campo e muitas das vezes “quiçá” os maiores culpados.
Está devidamente demonstrada, mas que por “feitiço ou magia de má gestão” de alguns maus dirigentes, puramente amadores que são, mas que querem, perante os sócios e adeptos, justificarem a sua má gestão e para ficarem bem na fotografia, e a solução que encontram é a chamada “chicotada psicológica”, que recai sempre, na figura principal que é o treinador
Como tal, devido ao facto de sido um mau jogador que fui, não seria um bom treinador, como tal não seria igualmente um bom dirigente, nem tinha feitio para tal missão, para este "mundo à parte", que é o mundo do "chuto na redondinha".
(Texto-opinião, publicado na edição online "Escrevem os Leitores" do jornal RECORD de 21 de Janeiro de 2015)
Mário da Silva Jesus
O Mário Jesus é, de facto, o nosso mais completo narrador de factos desportivos. E, por via disso, acabo se saber que foi um dos fundadores do Clube Desportivo do Arco da Graça, ao falar-nos da 'chicotada psicológica' dada, agora, no bom Domingos Paciência. Que tenha paciência é o que lhe desejo.
ResponderEliminarQuanto ao Mário direi que os político de hoje se fundassem um clube, o seu nome seria: CLUBE DESPORTIVO DO ARCO DA CORRUPÇÃO.
Antecipadamente, peço-lhe desculpa deste meu aparte.
Até achei uma enorme piada...um pouco de humor, não fica mal, e no final do dia, sabe bem uma boa gargalhada, com um bom sentido, perante os amargos de boca, do nosso dia-a-dia.
ResponderEliminarEspero que continuo a presentear-me com os seus comentários...este foi à maneira.
Saudações
é verdade, o Mário já merece uma rubrica de Desporto neste blogue. Vamos tentar criar RUBRICAS (desporto, poesia,livros, sociedade, política, etc.)
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