Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
domingo, 18 de janeiro de 2015
Música sobre a regionalização!
Felizmente que a febre das “santas terrinhas” exigirem a promoção a concelhos já passou! Ficaram curadas com pachos frios da realidade! Agora, aí está, outra vez, o bailinho sobre a regionalização, trazida por Rui Rio, que até era contra, mas agora, só porque “talvez fosse um abanão” quer abanar o centralismo existente! Enfim, defende abanões!
Pessoalmente, já o escrevi, várias vezes, que não apoio a regionalização, porque a pequenez territorial de Portugal não a justifica! Para desenvolver, homogeneamente o pequeno território português não é necessário regionalizá-lo territorialmente, mas sim regionalizar as mentes de quem o governa!
Aqueles que invocam o exemplo das regiões espanholas fazem-se desentendidos de que tal facto derivou, como fator de união, de se manter a identidade dos povos dos antigos reinos após a reconquista cristã, iniciada em Covadonga! E se um dia o reino de Leão e Castela se juntaram, tiveram que respeitar galegos, bascos, catalães e andaluzes, através da manutenção de autonomias regionais.
E a pergunta é: dentro de cada região espanhola, alguma com a dimensão de Portugal, verificou-se uma regionalização territorial? Não. Aliás, Portugal foi a primeira “região autónoma” de Espanha, que cedo conquistou sua independência, e embora perdendo-a no período filipino reganhou-a, ao contrário da Catalunha, que ainda tenta ser uma nação independente! Pelo menos povo e língua são diferentes. António Costa, por seu lado, com a sua experiência de autarca da Capital, fala em descentralização, mas, atenção, descentralização é diferente de regionalização, com parlamentos e governos regionais!
Para mim descentralizar é o caminho a seguir, mesmo implicando centralização de poderes locais; em cada grande aérea metropolitana uma só Câmara, por exemplo. Atualmente, só haveria ganhos na existência dum só órgão deliberativo e executivo, sobre política de urbanismo, do ambiente, dos serviços públicos a prestar, na apresentação de projetos de desenvolvimento para toda a área territorial. Não seria melhor? Eu acho que sim, embora reconheça que é sempre difícil fazer reformas contra os interesses instalados, que não se coadunam com o interesse global dos povos, mas apenas dos seus, por isso é que eu admiro Mouzinho da Silveira, que no Século XIX foi aos mais de setecentos concelhos existentes e reduziu-os para metade! Atualmente, torna-se necessária a lucidez de mentes “silveiras”, para cortar no número de municípios, pois que num mundo de cada vez mais rápido acesso, via eletrónica, aos serviços públicos administrativos, não faz sentido a omnipresença do antigo hardware administrativo, Câmara e Juntas. Com pouco mais de uma Loja de Cidadão em cada dos antigos concelhos resolvia-se o problema do acesso dos cidadãos, à máquina administrativa. Cada vez mais é menos preciso sair de casa para obter informações ou serviços pretendidos, via Net. Para terminar, lembram-se do doloroso parto das uniões das freguesias? É defensável voltar atrás?
Alguém se lembra dos prejuízos do fechos dos governos civis? Aprendam a modernizar uma quinta sem dela fazerem quintalinhos.
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo- Gondomar, Portugal
4 comentários:
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Claramente de acordo, mas com uma chamada de atenção. Cuidado com a ideia de transferir serviços (só para) a 'net. O tratamente personalizado terá sempre as suas vantagens em alguns casos; e neste momento ainda há cerca de 40% de Portugueses que não acedem à internet.
ResponderEliminarDe acordo. Logo o caminho, embora não seja de absoluta "netização" dos serviços, há que aproveitá-la para facilitar a vida aos "netautas da próxima geração que está aí, à porta! Eu, eu vejo, e sinto pena de ver muitas pessoas que nem pagar a luz por multibanco sabem e vão para as filas dos correios! Todavia, a transição é rápida e essa situação, por ordem natural da vida (mortes) tende a diminuir. Cumprimentos.
ResponderEliminarSe já ninguém faz filhos, como chegaremos à 'netização'?
ResponderEliminarO mundo, por ora, ainda cresce, embora não por estes lados! Cpts
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