Quem manda está
doente, o meu cavalo não se abate!
Amigo, tempos difíceis estes onde a
legislação ocupa muitos lugares.
Mas eu não me esqueço dos amigos, das nossas idas até as portas do deserto, das
sinuosas estradas esburacadas do atlas marroquino, das rotundas estonteantes de
Marraquexe, das inúmeras faltas de gasolina por incúria do dono, das humidades
dos países do norte, das securas do Alentejo.
Não se riscam da memória os frios e os
gelos, as neves das montanhas, as repetidas idas a Madrid. E sempre juntos,
companheirismo imenso.
Recordo como se fosse hoje
o episódio em que tu sem nenhum queixume aguentaste numa noite escura o
embate desvairado de um javali tresmalhado, algures numa auto estrada de
Huelva.
E as vezes que te carreguei como uma
mula – salvo sejas - com cenários, pinturas, adereços e laranjas do algarve.
Agora a liberdade é outra, não nos
deixam sequer circular na avenida da liberdade. Não é uma medida em particular
contra ti, é para quem atinge a velhice, apesar de ainda te fazeres às curvas com
a maior das destrezas, e dares-me a maior das protecções.
Meu grande 190D, desculpa.
Quem manda está doente mas dê no que der prometo que não te troco por um
híbrido, não sou de abandonar um amigo.
Assim é que se fala, se escreve e se sente.
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