Não sou obviamente advogado de defesa seja de que árbitro for, (e confesso com toda a honra, que nunca fui árbitro), e nem sequer quero, nem tenho pretensões a ser juiz, para vir julgar os mesmos, que muitas das vezes tomam decisões, temos que reconhecer, nalguns casos algo duvidosas, não tenhamos quaisquer dúvidas. Mas, o que acontece em relação aos jogadores, que igualmente falham nas grandes decisões? Igualmente os treinadores, que não tomam as melhores opções?
Mas, nem é minha intenção sequer, ao vir a esta secção, rabiscar nesta meia dúzia de linhas, traçadas mal e toscamente ou “quiçá”, também mal alinhadas, ao tomar qualquer partido, de estar a favor, ou contra, deste ou daquele árbitro, como mais atrás já justifiquei devidamente. Mas que muitas das vezes, e na maior parte dos casos, que acontecem, obviamente não são na maior parte das vezes, somente por culpa, e também, deles, dos árbitros, os únicos culpados?
Não. Que, muitas das vezes, é verdade, são sempre eles os alvos e principais culpados da ira, por parte de alguns adeptos, jogadores, técnicos e dirigentes…mas, serão?
E a prova disso, foi o que aconteceu recentemente, no jogo da Taça da Liga, entre o Sporting de Braga-FC Porto, resultado 1-1, em que o árbitro Cosme Machado (Braga), com algumas expulsões de jogadores e de um dirigente, nesse jogo, provocou a ira por parte da maioria de adeptos, treinadores e dos próprios intervenientes, no jogo, os técnicos e alguns dirigentes que foram igualmente os principais e únicos protagonistas desse jogo; igualmente, quer neste fim-de-semana, aquando da 18ª jornada da I Liga de futebol, mais concretamente na véspera do encontro entre o Marítimo-FC Porto, resultado de 1-0, em que o árbitro para esse jogo, João Capela (Lisboa),e os seus auxiliares, foram incomodados e ameaçados, em pleno restaurante, por alguns adeptos. Quer igualmente neste fim-de-semana em que um árbitro, Daniel Bernardo, da A. F. Viseu, no encontro entre a Associação Desportiva de Castro Daire e o Futebol Clube de Carregal do Sal, a contar para a 17ª jornada da Divisão Honra, da citada associação, o jogo tenha acabado ao intervalo, quando o resultado se cifrado em 1-1, e o árbitro tenha sido agredido por três elementos que se encontravam na bancada do Complexo Desportivo de Castro Daire, e outros casos que acontecem todas as semanas.
Efectivamente, há casos todas as semanas, que são e não passam de despercebidos, aos adeptos, em relação às arbitragens. Mas não são somente os árbitros que procuram, com alguma ansiedade, por quererem ganhar todo o protagonismo, quando acabam, nalguns casos por tomarem decisões, (mas uma equipa de arbitragem, não é composta por quatro elementos, o árbitro principal, os árbitros auxiliares,antigamente chamados, os fiscais de linha e o quatro árbitro?), muito mal analisadas e nos momentos exactos, em que têm que actuar e decidir, e venham por vezes a prejudicar este ou aquele emblema e que põem ao rubro, com tais decisões pouco acertadas ou mal interpretadas, este ou aquele (s) adepto (s), mais nervoso (s), mais fanático (s), mais desordeiro (s) e acima de tudo mais provocador (es), pois que, alguns deles só vão aos estádios, não para se deliciarem, com que bonito o desporto rei tem, que é no fundo o futebol, (dizem os especialistas ou entendidos na matéria, mas que eu tenho as minhas dúvidas, e, como tal tenho todo o direito a ter esta opinião), tem para oferecer a quem vai ver um jogo de futebol.
Mas efectivamente, serão somente os árbitros as principais figuras culpadas de tanto protagonismo, que um jogo de futebol, cria, em seu redor? Não. Temos, igualmente mais um lote de culpados, que são muitas das vezes, para além de alguns belíssimos artistas da arte do pontapé na bola (pela ronha e manha que proporcionam e transmitem com mau ambiente e atitudes pouco educacionais, que transmitem para as bancadas, pondo grande parte das vezes os adeptos contra os árbitros; temos igualmente os técnicos, que erram também, quando tomem determinadas e infelizes opções; ou até os dirigentes engravatados e que não percebem nada de futebol, e para manterem grandes aparências de conhecedores, pouco natos, devo acrescentar do futebol, incentivem os tais adeptos, que, são realmente a força e a existência do futebol, à violência, quando apoiam ao seus clubes de eleição.
Mas, vamos, por partes e parar para pensar um pouco, mas, quantos do conjunto destes “agentes”, que fazem parte integrante deste fenómeno que é futebol, conhecem devidamente, conhecerem, como pessoas cm alguma inteligência, se é que têm, as leis e as regras do “jogo da bola” e a saberem devidamente interpreta-las e sentiram-se bem no espectáculo, neste caso o futebol, como estivessem a ver um espectáculo de teatro?
Um caso na ordem do dia e muito sério para ser reflectido por todos e sem dúvida alguma, para bem do espectáculo, que é o futebol.
É também a boa educação, que faz muita falta.
(Texto-opinião, publicado na edição online secção "Escrevem os Leitores" do jornal
RECORD de 26 de Janeiro de 2015)
Mário da Silva Jesus
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