quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 51

nota:  poema anterior a outubro de 1988

quase poema

Estou (quase) sempre em erupção interna.
Sinto-me, bastantes vezes, deslocado
Do contexto habitual.
Sinto-me um marginal, sem o ser.
Sou um ser, sem a carga negativa
De marginal ser.
Tenho explosões que não são experimentais.
Tenho tristezas que não são só minhas.
Dou comigo pensando,
Sem pensar, muitas vezes, em que penso,
Porque penso
Que nesta vida
Já não somos o que somos,
Mas somente somos
Aquilo que outros querem
Que sejamos.


José Amaral

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