sábado, 31 de janeiro de 2015

em O LIVRO EM BRANCO - página 62

Dilema

Estamos no tempo de falsos profetas.
As estradas estão pejadas de miragens;
é difícil vislumbrar qual o destino
a que nos leva tal caminho.
A escolha da etapa é feita sem tino
e tudo voga em pleno desatino.

Assim, pus pés ao caminho,
pensando fugir às ciladas
armadas no percurso,
que eu quero percorrer
sem ser imposto o curso
por alguém com seu discurso.

E, assim, estou num dilema,
dilema que meu só não é,
mas assim, não – está mal.
O labirinto aperta,
confrange tal lamaçal
em que se atola este nosso Portugal.

nota: poema urdido anteriormente a outubro de 1988

José Amaral


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