Não estarei do lado de
nenhuma conferência para estruturar a dívida”, Pedro Passos Coelho.
Como se pode dizer uma coisa destas? Pode-se, pode-se dizer
tudo - a tal história da liberdade de expressão que vai do espectro do maior
dos anormais ao maior dos génios – como também aceitamos tudo, e insisto nesta
ideia que me enerva, da fatalidade de
que efectivamente esta gente aceita tudo sem piar.
No campo das hipóteses, se se realizasse uma
conferência sobre este tema, e se no
final da sessão esta ideia ganhasse corpo, isso era mau? Era mau para nós?
Porque é que era mau para nós? E porque não podemos e devemos estar disponíveis
para discutir em fórum todos os cenários, a ver no que pode dar? Se no final a
nossa vida melhorar, qual é o problema? Foi bom ter discutido, e decidido, e
avançado.
Sinceramente não entendo.
E menos entendo que pensem e decidam por mim, sem me consultar , saber a
minha opinião, que já que pago parece-me justo ter opinião.
Pois eu estou do lado de uma conferência - ou como quiserem
chamar - para estruturar a dívida.
Mais, se um dia utopicamente puséssemos os contadores das
dívidas todas nos zeros, nada aconteceria de novo no mundo, porque a dívida é
um conceito virtual que alimenta modelos virtuais de dinheiro que não existe
senão nos computadores. A única coisa que não é virtual – conheço-a pela
designação de roubo – são os juros da dívida, esse sim dinheiro a sério
que vai directamente do bolso dos
contribuintes para umas gavetas que não se sabe bem de quem nem onde.
Assim que eu, entidade empregadora em “code
share”, com os meus concidadãos contribuintes, envio o Senhor Primeiro
Ministro à dita da conferência, e vai em económica e sem os cento e cinquenta
guarda costas – que só isso é um avião inteiro de indíviduos com fácies marcial
, caríssimo – e fica lá a ouvir tudo o que os senhores disserem e se eles no
final negociarem uma negociação da dívida para os países do sul, assina e ainda sorri para a fotografia.
Qualquer cidadão português e inteligente tem de ter em mente a reestruturação da dívida, porque, infelizmente para nós, sem crescimento de riqueza, mesmo que parte da população morra de fome e doença, não é possível pagá-la nas condições em vigor. Este artigo é uma boa abordagem do problema.
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