nota: poemas anteriores
a outubro de 1988
Vidas sombrias
Estava absorto com a
sombra dantesca do futuro
Futuro sombrio pairando
no ar
Ar viciado de grotescas
ideias
No complexo mundial da
vida.
Ideias idiotas e
animalescas
Na vida de gentes sem
vida
Vivendo cenas
carnavalescas
Animando falsos bobos
Que bobos nos tornam
também
Mas senhores eles ficam
Das momices que fizeram
Tornando nossas vidas
labirinto
Em desalinho constante
Que não permite a
ninguém
Viver somente um
instante
Que não permite pensar
Nem tão-pouco raciocinar
Na encruzilhada da vida
Por eles forjada
E por nós vivida.
Meu primeiro poema 88
Amor verdadeiro, como
classificá-lo?
Os degraus-pedestal
Atolados foram.
A beleza poética,
De dimensão
inimaginável,
Parece-me um compasso,
De notas mal urdidas,
Com tons cinzentos,
Sem o arco-íris da Vida
De tal Amor.
José Amaral
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