Eles estão nos meus olhos, no meu corpo, no meu coração
Era o dia do
Senhor.
Dia quente a
abafado de Setembro,
antevendo mais
um fogo,
dos muitos atiçados
por lúciferes,
que campeiam
imunes
por este
queimado Portugal.
A sirene
toca mais uma vez
chamando homens
bons para os infernos.
E lá vão
eles, de futuro nas mãos e de
corações verdes,
para os matagais de Dante.
Troveja ao
longe.
Os raios
riscam os céus.
O tecto
baixa cada vez mais.
À tormenta
dos elementos, junta-se a dos homens.
O ar
torna-se pesado e irrespirável. Sufoca-se.
E a tragédia
desaba, em lufadas de lava e mantos
de negro, sobre
os Heróicos Homens da Paz
das terras
de Armamar.
E assim
pereceram
estes Heróis
tão simples,
mas morrer
assim
não o mereciam.
Poema publicado,
em 31/10/1985, no mensário NOTÍCIAS DA BEIRA-DOURO,
reavivando a
tenebrosa tragédia da morte de 14 bombeiros da dizimada Associação dos
Bombeiros Voluntários de Armamar no fatídico dia 8/9/1985.
nota - estive no funeral, que teve a presença oficial do senhor general Ramalho Eanes, então PR.
nota - estive no funeral, que teve a presença oficial do senhor general Ramalho Eanes, então PR.
José Amaral
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